Agricultura inaugura laboratório de pesquisa em Jundiaí

Evento faz parte das comemorações dos 40 anos do Centro de Engenharia e Automação

seg, 13/07/2009 - 19h00 | Do Portal do Governo

O Centro de Engenharia e Automação do Instituto do Agronômico (IAC), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento e sediado em Jundiaí, vai completar 40 anos de atuação em pesquisas nesta quinta-feira, 16. Para comemorar a data, será inaugurado o Laboratório de Tecnologia de Pós-Colheita de Frutas, Hortaliças e Plantas Ornamentais.

O laboratório, que faz parte de projeto apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), viabilizará a realização de pesquisas, gerando ferramentas de fácil adoção pelo pequeno e médio produtor e também a adoção de tecnologias de ponta com vistas à exportação.

O novo laboratório é de fundamental importância para apoiar o agronegócio desses produtos, considerados perecíveis por terem metabolismo ativo após a colheita, carecendo de cuidados especiais – desde o campo até a chegada ao consumidor. A qualidade e a vida útil de frutas, hortaliças e ornamentais estão relacionadas às etapas de manuseio, acondicionamento e transporte.

Segundo a pesquisadora do IAC, Patrícia Cia, as pesquisas que poderão ser realizadas no novo laboratório envolvem a avaliação de índices de maturação, estudo da fisiologia do amadurecimento de frutos e caracterização do comportamento do amadurecimento e do potencial de conservação de novas variedades. Também serão estudados métodos de conservação, envolvendo refrigeração, embalagens, e atmosfera modificada/controlada, controle de doenças e estudo das principais causas de perdas.

Atualmente, as pesquisas são desenvolvidas para se avaliar perdas quantitativas e qualitativas decorrentes de problemas na pós-colheita, suas alterações fisiológicas, a seleção e classificação, a avaliação de embalagens contentoras, e tecnologia pós-colheita, envolvendo estudos de conservação, controle de doenças, atmosfera modificada/controlada e armazenamento refrigerado.

Esses trabalhos estão sendo financiados por agências de fomento (Fapesp e CNPq), Governo do Estado e iniciativa privada. Até o momento, foram efetuados estudos com as seguintes frutas: goiaba, mamão, uva, pêssego, nectarina, ameixa, maçã, marmelo, abacaxi e lichia. Em relação às hortaliças, foram pesquisadas a alface, rúcula, agrião, brócolis, beterraba, batata, quiabo e morango. Já as ornamentais avaliadas foram: rosa, estrelitizia, helicônia, gerbera e folhagens.

Para contribuir para o aumento de renda do produtor, serão estudados também aspectos do processamento mínimo de produtos, como meio de agregação de valor. “Além de atender à demanda dos produtores do Estado, esse laboratório dá suporte aos programas de pesquisa desenvolvidos no Instituto que necessitem de estudos em pós-colheita”, afirma a pesquisadora Juliana Sanches.

De acordo com a pesquisadora Silvia Antoniali, as pesquisas com o novo laboratório incluem também o estabelecimento de planos de orientação de manuseio dos produtos pós-colheita, tanto para o mercado interno como para as exportações. Nesse contexto, acredita-se que os problemas da tecnologia pós-colheita possam ser minimizados por meio da cooperação e comunicação efetiva entre pesquisadores e extensionistas.

A obra 

A instalação do laboratório contou com recursos de R$ 400 mil, repassados pela FINEP ao Instituto Agronômico (IAC). O valor envolveu a reforma de um galpão de 160 metros quadrados e a aquisição de equipamentos. Os recursos liberados viabilizaram a reforma do prédio que abriga as salas de cromatografia, de reagentes, de pesagem de material, de análises físico-químicas, além da sala de técnico e de sanitários.

Também foram instaladas três câmaras frigoríficas e adquiridos equipamentos para as pesquisas em pós-colheita como cromatógrafo gasoso, colorímetro, espectrofotômetro UV-visível, incubadora específica para realizar as pesquisas e computadores, entre outros.

O Centro

O Centro de Engenharia e Automação gera importantes resultados para a pesquisa no Estado de São Paulo e para outras regiões do Brasil. O Programa Aplique Bem, por exemplo, treina trabalhadores rurais na aplicação de agrotóxicos nas propriedades rurais e na avaliação de pulverizadores. Isso demonstra a preocupação em aliar o bom desempenho no campo, com preservação do ambiente e da saúde do agricultor.

Outro trabalho de destaque é o Quepia (Programa IAC de Qualidade em Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura) focado na qualidade de equipamentos de proteção individual (EPI) usados pelo trabalhador rural para reduzir os riscos de intoxicação. O programa foi implantado em 2006 com o objetivo de desenvolver, melhorar e certificar materiais adequados à proteção da saúde do trabalhador. O Selo IAC de Qualidade é atribuído às empresas participantes do Programa, após auditoria periódica.

A equipe do Centro atua também no Programa de Cooperação Técnica com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, para apoio em projetos na área de segurança e saúde no trabalho rural. O trabalho envolve ainda entendimentos com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) para integrar uma rede européia de laboratório de avaliação de máquinas e implementos agrícolas.

A atuação em segurança no meio rural envolve também a participação de profissionais do Centro de Engenharia em Comissões de Estudos junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), desenvolvendo normas de qualidade e segurança. A equipe participa também de grupos de trabalho da Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo para elaborar regulamentos sobre requisitos de segurança em máquinas agrícolas.