Adolescentes atuam no combate à violência nas escolas

Apoio entre adolescentes é uma das mais efetivas ações de combate e prevenção de bullying, discriminação e outras formas de violência

ter, 03/09/2019 - 18h30 | Do Portal do Governo

Com a finalidade de promover participação ativa dos estudantes na melhoria da convivência no ambiente escolar, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem) tem estimulado, desde 2015, a formação de equipes de “apoio entre iguais”. Localizadas em 20 escolas de diversas partes do país, esses grupos se reuniram na última semana do mês de agosto, no Centro de Convenções da Unicamp, para o 3º Encontro Nacional das Equipes de Ajuda no Brasil.

De acordo com Telma Vinha, da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp e coordenadora do grupo ao lado de Luciene Regina Paulino Tognetta da Unesp, os projetos consistem em um conjunto de ações que incluem: assembleias para resoluções de conflitos, propostas de mediação, discussões sobre vivência com os jovens e a formação de professores. Dentre elas, destaca-se a formação das equipes de ajuda. “A intervenção entre os pares é muito mais eficaz que a intervenção de adultos. Com acompanhamento de professores, esses meninos formam as equipes e recebem formação em técnicas de empatia, linguagem de acolhida, em como abordar sem ser invasivo”, relatou para o Jornal da Unicamp.

“É incrível poder ajudar outras pessoas”, contou André Renato Pavan, que cursa o terceiro ano do ensino médio no Colégio Biocêntrico de Nova Odessa e compõe o grupo de apoio desde 2017. De acordo com ele, o encontro possibilitou conhecer os trabalhos desenvolvidos por outras escolas e mostrar um pouco do que seu grupo vem realizando.

Entre as atuações desses estudantes, Telma Vinha destacou situações que vão de provocações, relações abusivas e automutilação, até uso de drogas, abuso sexual, tendências suicidas e porte de armas. “Nós, professores, não sabemos quem se automutila, quem fala em suicídio, mas os colegas sabem”, aponta.

Segundo Telma Vinha, as intervenções nessa área devem ser sistêmicas e focar na melhora da saúde do ambiente, não nos problemas de convivência. “Os projetos têm muito mais chance de serem bem sucedidos quando são institucionais, da escola inteira, do que iniciativa de um professor ou área específica”, afirmou na mesa de abertura durante o evento.