Acidente em Congonhas: DNA colaborou na identificação de corpos de 25 vítimas

Amostras de sangue de 197 familiares permitiram a elaboração do perfil genético de 124 vítimas

sex, 03/08/2007 - 17h50 | Do Portal do Governo

Primeira etapa

Em 21 de julho, o IMESC – Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo – e cinco laboratórios de institutos e universidades de outros estados começaram a colher sangue de parentes das vítimas do acidente com o Airbus da TAM, ocorrido no dia 17.

O IMESC recolheu amostras de sangue de 197 familiares, o que permitiu a elaboração do perfil genético de 124 vítimas do acidente. A diferença ocorre porque, em algumas famílias, duas ou mais pessoas participaram da coleta.

Coleta nos estados

Dos laboratórios nos estados vieram 76 amostras e 38 perfis genéticos, sendo:

58 amostras de familiares do Rio Grande do Sul – referentes a 27 vítimas

09 amostras de familiares do Ceará – referentes a 06 vítimas

02 amostras de familiares do Paraná – referente a 01 vítima

06 amostras de familiares de Minas – Gerais referentes a 03 vítimas

01 amostra de familiar da Paraíba – referente a 01 vítima

Desde 23 de julho, o IML tem encaminhado ao Laboratório de DNA do Instituto de Criminalística amostras de material biológico (sangue e/ou ossos) recolhido dos corpos das vítimas do acidente. Um trabalho difícil e meticuloso, dado o grau de mutilação e carbonização.

Etapas do trabalho no Laboratório de DNA

1. Extração – na presença das amostras cadavéricas recebidas, os peritos procedem à extração de moléculas de DNA do material.

2. Quantificação – em seguida, o material extraído é quantificado. Verifica-se se a quantidade extraída é suficiente para a continuação da análise, ou se é necessário que se proceda outra extração.

3. Amplificação – é a multiplicação da molécula de DNA por um fator de milhões de vezes, por meio de um termociclador, a fim de proporcionar material suficiente para a etapa seguinte.

4. Detecção – é a elaboração do perfil genético, realizado por um seqüenciador de DNA, que pode trabalhar por até setenta horas para analisar uma amostra.

Banco de dados

No Laboratório de DNA, foram elaborados os perfis genéticos das vítimas para posterior cruzamento, num banco de dados, com os perfis genéticos dos familiares processados pelo IMESC e pelos laboratórios dos estados.

A montagem de um banco de dados é desnecessária em atividades rotineiras do Laboratório de DNA, como investigações de paternidade. Mas tornou-se um imperativo, diante da grande quantidade de perfis genéticos de corpos de vítimas e de seus parentes.

A pesquisa no banco de dados é feita em computadores. Quando surge indicação de possível identificação de um corpo, a informação é transmitida ao Núcleo de Antropologia Forense do IML, depois das devidas checagens, através de um relatório preliminar.

Outros métodos de identificação

No IML, a indicação do Laboratório de DNA é confrontada com outras observações já registradas sobre o corpo da vítima em questão, até que haja confirmação. Além do DNA, são utilizados estudos das impressões digitais, quando possível, e antropológicos, como arcada dentária, medição de ossos, idade provável, estatura, sexo, cor da pele e sinais característicos – tais como tatuagens, cicatrizes, piercings, brincos, etc. Até o presente momento, 25 corpos foram identificados com ajuda do DNA.

Da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo