70% das adolescentes não têm relação sexual com o primeiro namorado

Dados são da pesquisa divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde

ter, 22/05/2007 - 18h35 | Do Portal do Governo

As adolescentes paulistas não costumam ter relação sexual com o primeiro namorado. É o que aponta pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Saúde no ambulatório de Ginecologia do Adolescente do Hospital das Clínicas de São Paulo e na Casa do Adolescente de Pinheiros, serviços de referência para meninos e meninas com menos de 20 anos.

Segundo o estudo, realizado com 124 adolescentes do sexo feminino atendidas nas unidades entre outubro de 2006 e janeiro deste ano, 30% afirmaram ter transado no primeiro namoro. Ou seja, 70% não tiveram relação sexual com o primeiro namorado.

Das 30% que tiveram relação, metade aguardou entre dois e cinco meses após conhecer o parceiro. Outras 21% transaram depois de seis a oito meses de namoro, 15,7% entre nove e 12 meses, e 16% antes do primeiro mês de namoro.

Das que tiveram iniciação sexual com o primeiro namorado, 55% tinham entre 14 e 16 anos de idade. Outras 21% afirmaram que tiveram a primeira experiência entre 11 e 13 anos, e 23,9% entre 17 e 20 anos.

Para 88,4% das entrevistadas a escolha do primeiro parceiro foi motivada pelas atitudes e jeito de ser do sexo oposto, como olhar, simpatia, sorriso e meiguice. Somente 11,6% apontaram o aspecto físico como fator decisivo para a escolha. O que mais marcou o primeiro relacionamento amoroso para essas jovens, segundo 75% do total, foram os sentimentos de companheirismo, confiança e amizade. A primeira relação sexual foi marcante para apenas 7%.

O estudo mostrou ainda que 51% das jovens classificaram o primeiro relacionamento como namoro, 33% como “ficar” e 16% como “rolo”. O sentimento predominante dessas adolescentes em relação ao parceiro foi apontado como amor por 48%, e paixão por 24%.

“A pesquisa comprova, mais uma vez, que a sexualidade está cada vez mais forte e presente na vida das adolescentes. Por isso as políticas públicas de saúde devem, sim, focar a prevenção contra a gravidez indesejada e as doenças sexualmente transmissíveis, como vem sendo feito em São Paulo”, afirma Albertina Duarte Takiuti, coordenadora do programa de Saúde do Adolescente da Secretaria e responsável pelo estudo.

Queda de casos

O Estado de São Paulo reduziu em 29% o número de casos de gravidez na adolescência. Em 2005 houve 105.003 mulheres menores de 20 anos grávidas, o que representa queda de 29% em relação a 1998, quando foram registrados 148.019 casos.

A redução de casos de gravidez na adolescência tem acontecido em todos os anos. Em 1999 foram 144.362 casos. Em 2000 foram 136.042. Já em 2001 houve 123.714. Em 2002, 116.368. Em 2003 foram 108.945 e, em 2004 106.737.

Outra queda expressiva registrada no Estado foi a de gravidez em meninas com idade entre 10 e 14 anos. Comparando-se 2005 com 1998 a redução foi de 29,7%. Foram 3.181 meninas nesta faixa etária grávidas em 2005, contra 4.528 em 1998.

Também nesta faixa etária os números têm diminuído ano a ano Em 2004 foram 3.229 grávidas entre 10 e 14 anos. Em 2003, 3.445. Em 2002, 3.754. Em 2001, 3.700. Em 2000, 4.072. No Estado de São Paulo 0,5% dos partos são nesta faixa etária.

As 105.003 adolescentes grávidas em 2005 representaram 16,9% do total de partos no Estado. Esse índice foi de 17,0% em 2004, 17,6% em 2003 e 19,4% em 2002.

Desde 1996 a Secretaria adotou um modelo de atendimento integral à adolescente, que contempla o aspecto físico, psicológico e social, e que começou a mostrar resultados dois anos depois. Os resultados já aconteceram em 1998_ por isso a Secretaria utiliza o ano como comparação. Além de informação e orientação, o trabalho busca identificar as emoções, medos e dúvidas dos adolescentes sobre afetividade, relacionamentos e sexo seguro. Rotineiramente a Secretaria organiza palestras e cursos a profissionais médicos que cuidam de adolescentes por todo o Estado.

Da Secretaria da Saúde