Vacinação contra poliomielite e sarampo segue até dia 31

Campanha tem apoio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde

sex, 24/08/2018 - 18h49 | Do Portal do Governo

Vai até o próximo dia 31 de agosto a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e o Sarampo, que tem apoio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e foi lançada pelas sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI), em parceria com Rotary Internacional.

As entidades lançaram no mês passado, no auditório do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, um manifesto para alertar a população sobre a real possibilidade de retorno da poliomielite e do sarampo no país e a importância de manter a vacinação em dia para evitar essas doenças e suas sequelas, reforçando que a imunização continua sendo a melhor ferramenta para a promoção e manutenção da saúde.

“Desde que observou queda nas coberturas vacinais do país, o Ministério da Saúde tem alertado sobre o risco da volta de doenças que já não circulavam no país, como é o caso do sarampo. A vacina é a forma mais eficaz de manter o país livre de doenças já eliminadas e erradicadas”, diz o Ministério da Saúde no documento.

Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, a população protegida é fundamental para manter o país livre de doenças imunopreveníveis. “As coberturas vacinais são heterogêneas no Brasil, podendo levar à formação de bolsões de pessoas não vacinadas, possibilitando, assim, a reintrodução do poliovírus e do sarampo. O recente surto no país – em Roraima e Manaus –, evidencia nossas inadequadas coberturas vacinais e a urgente necessidade de melhoria dessas taxas”, disse Carla.

Segundo ela, o Ministério da Saúde oferece todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Calendário Nacional de Vacinação. Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, de todo o país, cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos ao ano. São 19 vacinas para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias.

Queda na cobertura vacinal

São Paulo, por exemplo, sofreu queda na cobertura vacinal no país, segundo a diretora técnica da Divisão de Imunizações da Secretaria Estadual da Saúde do Estado, Helena Sato. Até o ano de 2016 a cobertura no Estado atingia as metas de 90 a 95%, ela diz. “A partir de então observamos uma queda de 20%. É muito sério isso, uma queda na cobertura vacinal de um programa que é maravilhoso, que garante a todas as crianças a possibilidade de vacinar para mais de 14 doenças”, afirma.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sérgio Cimerman, não é possível admitir que doenças como o sarampo e a polio, que estavam erradicadas e são preveníveis, entrem novamente no país. “No momento vivemos um surto de sarampo, sobretudo em Roraima, com número de casos expressivos, então esse é o momento de levarmos ao público a importância da campanha de vacinação”.

Cimermam ressaltou que há risco de retorno de todas as doenças, porque o Brasil é um país tropical e com dificuldades em algumas situações. “Vivemos recentemente o surto de febre amarela, já tivemos influenza e agora o sarampo. Existe uma campanha anti vacina que não conseguimos entender. Existe muita notícia falsa. Com a tecnologia, as pessoas postam muitas informações conflitantes e isso faz a população não fazer a prevenção de forma adequada”, alerta.

Dados mais recentes

Dados atualizados pelo ministério apontam que o Brasil registra 822 casos confirmados de sarampo, sendo 519 no Amazonas e 272 em Roraima. Ambos os estados têm ainda 3.831 casos em investigação. Casos considerados isolados foram confirmados em São Paulo (1), no Rio de Janeiro (14), no Rio Grande do Sul (13), em Rondônia (1) e no Pará (2).

No início do mês, a pasta alertou que 312 municípios brasileiros, sobretudo na Bahia, apresentam risco de surto de poliomielite por conta de baixas coberturas vacinais. O país não registra casos da doença há 298 anos, mas o risco de retorno, segundo o governo federal, é grande por causa da resistência de pais e mães em vacinarem os filhos.