Unicamp promove parcerias e interações com a iniciativa privada

Em 2017, a entidade firmou 22 contratos de licenciamento com empresas e alcançou a marca de 100 contratos vigentes

ter, 21/08/2018 - 19h47 | Do Portal do Governo

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma das instituições de Ensino Superior da América Latina com melhores resultados na interação com empresas. A atividade é destacada, inclusive, pelo ranking da revista Times Higher Education, em que a Unicamp, em 2018, lidera, pela segunda vez, como a melhor da América Latina.

Em 2017, a entidade firmou 22 contratos de licenciamento com empresas e alcançou a marca de 100 contratos vigentes. Vale destacar que os ganhos econômicos relacionados à atividade de transferência de tecnologia foram de R$1.349.038. No mesmo ano, obtiveram maior destaque as áreas de Tecnologia de Informação e de Computação, o setor de Alimentos e o de Fármacos e Cosméticos, envolvendo diversas unidades.

“São áreas em que nós já temos uma vocação clara. Naturalmente, os setores atraem o interesse de empresas para as tecnologias, havendo uma interseção entre a nossa capacidade de pesquisa e uma demanda bem identificada”, aponta o diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, Newton Frateschi.

Estratégias

Para chegar aos patamares relevantes de transferência tecnológica, a Inova Unicamp atua não somente com estratégias de oferta de tecnologia, mas também por meio do entendimento das demandas do mercado, em uma proposta de trabalho mais próxima à indústria.

A divulgação de patentes referentes a tecnologias desenvolvidas sem parceria inicial com uma empresa é, por exemplo, uma das estratégias de oferta ativa adotadas pela Inova, importante para impulsionar os licenciamentos fechados. Ainda para o diretor-executivo da Unicamp, Newton Frateschi, a divulgação das patentes não se sustenta sem um corpo profissional maduro e focado em boas práticas de inovação.

As boas tecnologias desenvolvidas na universidade também podem ser licenciadas para mais de uma empresa, dependendo da estratégia de comercialização traçada pela Inova e validada com o pesquisador, além, é claro, da proposta da corporação interessada. “As formas de licenciamento, exclusivo ou sem exclusividade, dependem muito da estratégia de inserção que a empresa pretende ter no mercado em que explorará o produto”, diz a diretora de Parcerias da Inova Unicamp, Iara Ferreira.

Acordo

Nos casos de transferência de material biológico, é necessário firmar um Acordo de Transferência de Material com a instituição parceira. “Nossa legislação é muito avançada, se compararmos com outros países, como a Índia, por exemplo. Se uma empresa utiliza um material biológico brasileiro, há um documento que garante os direitos do fornecedor”, enfatiza Glyn Mara Figueira, pesquisadora do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) e presidente do Patgen (Grupo de Trabalho e Acompanhamento de Patrimônio Genético da Unicamp), grupo responsável por disseminar boas práticas voltadas ao patrimônio genético e materiais biológicos na Unicamp.

De olho nas demandas do mercado para os materiais biológicos, a Unicamp conta com a Coleção Brasileira de Micro-organismos de Ambiente e Indústria (CBMAI), que reúne em um acervo de linhagens microbianas do ambiente e para aplicação biotecnológica, educacional e taxonômica.

“Mediante projetos de pesquisa multidisciplinares e multinstitucionais, a coleção de pesquisa da CBMAI preserva isolados microbianos de biomas diversos e clones metagenômicos que vêm sendo caracterizados e avaliados quanto à sua composição taxonômica e potencial biotecnológico”, explica a doutora Derlene Attili de Angelis, responsável pela coleção.