SP leva estudantes de graça ao cinema

O programa Vá ao Cinema lançado hoje pelo governo estadual distribuirá ingressos para estudantes de escolas públicas do interior

qua, 03/10/2007 - 10h19 | Do Portal do Governo

Atualizada às 14h42

Os estudantes da rede de ensino público estadual vão poder assistir a filmes nacionais gratuitamente a partir deste mês. O Governo do Estado lançou nesta quarta-feira, 3, o programa Vá ao Cinema, destinado à formação de platéias e ao aumento da freqüência nas salas de exibição do interior. De quebra, a iniciativa beneficiará produtores e distribuidores de filmes brasileiros, que contarão com um número maior de salas para exibir seus trabalhos.

“É uma excelente idéia, uma bela iniciativa. O programa começa de maneira restrita exatamente para se ganhar experiência sobre como ampliá-lo posteriormente. Vamos torcer para que dê certo, como eu acho que vai dar”, disse o governador José Serra no final desta manhã na sede da Secretaria Estadual da Cultura, na região da Luz, na Capital. “Estamos começando o programa em poucas cidades do interior de São Paulo, com vistas a ampliar bastante nos próximos anos”, completou.

O governador afirmou que já existem muitos esquemas de financiamento para a produção dos filmes. O problema, segundo ele, é que “não havia, do ponto de vista do público, que em última análise é o fator principal”, esquemas semelhantes ao Vá ao Cinema. Para Serra, é justamente no público que se deve focar os financiamentos. “Os benefícios são culturais para as crianças, que terão ampliado seu acesso ao cinema. Por outro lado, o cinema nacional é beneficiado, na medida em que amplia seu público”, disse o governador. O evento contou com a participação da Secretária Estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.

O programa

Projeto pioneiro de formação e fomento voltado para o cinema nacional, o Vá ao Cinema prevê, em sua primeira fase, investimentos de R$ 1 milhão. Os recursos serão gastos com a distribuição de 300 mil vale-ingressos que darão direito a alunos da rede estadual de ensino a assistir gratuitamente a filmes brasileiros inéditos em suas cidades.

Em parceria com a APAA (Associação Paulista dos Amigos da Arte), o programa será iniciado no dia 5 de outubro em 15 cidades paulistas. A previsão é de que até o mês de novembro o número de cidades beneficiadas pule para 30. A segunda etapa do programa, que será iniciada em março de 2008, atingirá a Capital e cerca de 80 municípios.

Em cada uma das cidades serão distribuídos 10 mil vale-ingressos entre alunos das escolas públicas. A distribuição será feita por monitores contratados pela empresa que venceu a licitação para emitir os tíquetes, semelhantes a ingressos de teatro e cinema.

Os monitores, moradores das próprias cidades, visitarão as escolas e informarão aos alunos sobre o funcionamento do programa e o conteúdo dos filmes em exibição. A distribuição dos vales será feita apenas para os interessados. Os exibidores que participam do programa serão obrigados a programar o filme, inédito na cidade, no mínimo em duas seções diárias (à tarde e à noite) e serão reembolsados em R$ 3 por vale recebido na bilheteria do cinema.

Cidades contempladas

Em outubro serão contempladas as seguintes cidades: Araras, Jacareí, Jundiaí, Indaiatuba, Taubaté, Santa Bárbara do Oeste, São José dos Campos, Santos, Praia Grande, Barueri, Amparo, Araraquara, Jaú, Mogi Guaçu e Mogi Mirim.

Um dos grandes atrativos para o público será o acesso imediato a produções lançadas simultaneamente nas grandes cidades brasileiras, a exemplo do filme “Tropa de Elite”, de José Padilha, que terá nesta semana estréia nacional. Ou mesmo de filmes em cartaz nos grandes centros, mas ainda inéditos em muitas cidades do interior do Estado, como “Saneamento Básico, o Filme”, de Jorge Furtado; “Cão Sem Dono”, de Beto Brant; “Cidade dos Homens”, de Paulo Morelli; “O Homem que Desafiou o Diabo”, de Moacyr Góes; e “Primo Basílio”, de Daniel Filho.

Não existe contrapartida para alunos e professores usarem o conteúdo dos filmes em trabalhos didáticos. “Queremos apenas que os jovens possam ir ao cinema, em sessões normais, junto com o público pagante. Não será uma atividade ligada a um trabalho escolar, pois para isso já existem outros programas específicos. Será apenas pelo prazer de ir ao cinema e ver bons filmes brasileiros”, conclui André Sturm, coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural (UFDPC), órgão da Secretaria da Cultura, responsável pela formatação do programa.

Capital

Na segunda etapa, o programa será estendido até a Capital. No momento, técnicos da Secretaria estudam a melhor alternativa para implementá-lo na cidade, visto que é preciso resolver uma questão de logística. “A Capital é a área mais difícil por causa dos deslocamentos, que podem envolver custos superiores à própria entrada do cinema. Mas isso poderá ser resolvido gradualmente”, observou o governador.

“Queremos dar ingressos para o público que não pode pagar. Qual o cinema que está mais perto da periferia? É uma oferta pequena. O aluno vai ter de sair, por exemplo, do Jardim Nova Brasilândia para assistir um filme aqui no centro expandido”, exemplificou o Secretário Estadual de Cultura, João Sayad. “Não queremos nos envolver com transporte. Queremos avaliar como funciona no interior para depois implantar na Capital”, concluiu.

Manoel Schlindwein / Secretaria Estadual da Cultura

(I.P.)