Central de Transplantes completa 20 anos e mais de 100 mil doações

Em duas décadas de atividades em SP, Sistema Estadual de Transplante tornou distribuição de órgãos e tecidos mais justa e transparente

qua, 12/07/2017 - 12h59 | Do Portal do Governo


A Central de Transplantes de São Paulo e o Sistema Estadual de Transplantes completam nesta quarta-feira (12) duas décadas de operações. As realizações e o crescimento do serviço são motivos de comemoração.

“Aqui se faz um trabalho extraordinário. Isso envolve desde as famílias, que fazem a doação de órgãos de seus entes queridos, geralmente fruto de trauma, a equipe de captação, das terapias intensivas, a logística, os nossos heróis – os pilotos da Polícia Militar – até as equipes transplantadoras”, afirmou o governador Geraldo Alckmin. “É resultado de muito trabalho, dedicação e equipe”.

Tamanha dedicação faz com que o sistema registre um saldo de 101,3 mil doadores paulistas e 107.000 transplantes realizados. Destes, 29 mil de órgãos e 78 mil de córneas (consideradas como tecidos) passaram pelo procedimento. No período foram registrados 10,5 mil doadores de órgãos e 90,8 mil doadores de córneas.

A professora Bárbara Francine dos Santos é uma das pacientes do Incor que há quase 20 anos conquistou uma nova vida. Com a descoberta de uma cardiopatia ainda na infância, Bárbara saiu do interior paulista para fazer tratamento em São Paulo. Já aos 15 anos, ela sofreu uma parada cardíaca. “Foi aí que entrei na fila do transplante. Na época, eu não tinha muita noção do que estava passando”, lembra. “Mas depois de passar tudo pelo que passei vi que nasci de novo”, conta. “Hoje faço muito mais coisas que pessoas transplantadas não fazem”.

Panorama
Entre os 29 mil transplantes de órgãos feitos no Estado desde 1997, 3.558 beneficiaram pacientes que moravam em outros estados brasileiros e se registraram na lista de São Paulo. “Nós somos o 7º do mundo em transplante de coração e pulmão, e mais da metade dos transplante do Brasil é feito em São Paulo”, comemorou Alckmin.

Nessas duas décadas, a Central de Transplantes detectou aumento de 916% no número de doadores-cadáveres no Estado de São Paulo, que passou de 83 em 1997 para 844 no ano passado, um recorde da série histórica. Consequentemente, o número de procedimentos cresceu 890%, com 2.110 transplantes realizados em 2016, contra 213 em 1997.

A implantação do sistema estadual, em julho de 1997, ajudou a tornar a regulação da distribuição de órgãos captados mais justa e transparente. Desde então, foram estabelecidos critérios de tempo de espera dos pacientes inscritos, compatibilidade e gravidade. Antes disso, os órgãos eram distribuídos pelo Estado às equipes transplantadoras nos hospitais, e elas definiam quais pacientes iriam recebê-los.

Campanha virtual
Para celebrar a marca dos 20 anos de existência, a partir desta quarta-feira (12) a Secretaria de Estado da Saúde promove uma campanha virtual para incentivar a doação de órgãos e sensibilizar pessoas de todas as faixas etárias para o impacto positivo dessa atitude.

As hashtags oficias da campanha são #DoeÓrgãos e #MultipliqueVidas. Paralelamente, páginas oficiais da Secretaria da Saúde terão identidade visual alterada. Em redes sociais, outras ações serão feitas.

Os interessados em apoiar a causa poderão, por exemplo, alterar suas fotos de perfil com selo criado para a campanha (em formato de “coração”), ou utilizar um avatar que leva o selo e a hashtag #DoeÓrgãos, viabilizado com apoio do site Twibbon.

Pela primeira vez, o perfil da Secretaria no Facebook terá uma capa animada e personalizada com a mensagem “Nem todo fim é um ponto final”, com o personagem “Homem de Lata”, do clássico Mágico de Oz.

Além disso, um questionário para “testar” o conhecimento da população sobre doações e transplantes de órgãos será publicado pelo site Catraca Livre, colaborador da campanha.

No decorrer dos quinze dias de campanha, também serão publicados conteúdos diversos sobre o tema, incluindo um vídeo que abordará todas as etapas de um transplante, passando pela doação, captação, transporte e cirurgia final.

Artes e gifs serão focados em mensagens de conscientização, além de abordar dados e curiosidades sobre doação e transplantes.

Entre as publicações previstas, vale destacar a entrevista ao vivo pelo Facebook na sexta-feira, 14 de julho, às 16h. O bate papo terá a participação da coordenadora da Central de Transplantes de SP, Marizete Medeiros, e José Medina, diretor do Hospital do Rim, da Unifesp.