Serra cita público da F-1 em defesa da abertura da copa

Outro fator justificado pelo governador foi a diversidade de imigrantes que residem em São Paulo

ter, 30/10/2007 - 18h13 | Do Portal do Governo

O governador José Serra enumerou, no final da manhã desta terça-feira, 30, em Zurique, na Suíça, duas razões que qualificam São Paulo para abrigar as principais partidas da Copa do Mundo de Futebol, a ser realizada no Brasil em 2014. Serra citou os investimentos em transportes públicos e comparou a quantidade de público do GP Brasil de Fórmula 1 com o número de torcedores de um jogo de futebol no maior estádio da cidade.

“Na corrida de Fórmula 1 tinha mais gente assistindo do que terá no Morumbi assistindo a partida inicial e a cidade absorveu isso normalmente”, revelou o governador José Serra. O Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, tem capacidade para abrigar 68.000 pessoas, ao passo que durante os três dias de corrida o autódromo de Interlagos recebe mais de 140 mil pessoas (a capacidade de suas arquibancadas é de 70 mil pessoas).

Outro quesito que faz da Capital paulista única em relação às demais concorrentes é a ampla infra-estrutura de transportes públicos, como trens e metrô. “Vai ter estação de trem no Morumbi, porque é a Linha Amarela. Então vai facilitar muito o acesso se for no Morumbi, se for em outro lugar também vai ser um lugar que tenha metrô. Então isso facilita muito o acesso”, lembrou Serra ao citar a Linha 4 – Amarela do Metrô. O projeto, de R$ 3,1 bilhões, inclui a construção de 11 estações – uma delas a centenas de metros do estádio do Morumbi.

Abertura

Serra reiterou a intenção de abrigar a partida de abertura do evento. “Eu não diria que já é confirmado porque, de toda maneira, o Morumbi terá que ser preparado para isso, mas em princípio o ponto de partida é o Morumbi”, disse. “Se Deus quiser, a partida inicial será em São Paulo”, completou.

Para o governador, é normal que cada um queira o melhor para o seu estado. Mas, lembrou Serra, quando os inspetores da Fifa (Federação Internacional de Futebol) estiveram em São Paulo, a intenção da cidade sediar a partida de abertura e o Rio de Janeiro ficar com a final já fora anunciada. “Depois da Copa de 50, ficou atravessado na garganta o desejo de ganhar o campeonato do mundo lá no Maracanã. E o normal é que a abertura seja em São Paulo”, observou.

O gesto do governador não põe por terra o interesse de outras capitais do país em receber jogos do campeonato, pelo contrário. “Mas vai ter Copa em todo lugar, vão ser vários estados”, lembrou Serra. Ao seu lado, em Zurique, sede da Fifa, outros 11 governadores do Brasil e o presidente da república. Eles acompanharam a cerimônia de homologação do Brasil como sede do campeonato mundial de 2014.

Retrospectiva

No dia 29 de agosto cinco inspetores da Fifa conheceram a infra-estrutura da cidade de São Paulo e visitaram o Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, Serra citou números como o efetivo das forças de segurança paulista, hoje com 137 mil homens; lembrou que a cidade abriga grandes eventos como o GP Brasil de Fórmula 1, além da corrida de São Silvestre que reúne anualmente mais de 15 mil atletas.

O governador lembrou que o Estado tem enorme peso econômico no país, reunindo em seu território 40% de todas as indústrias e sendo responsável por um terço do Produto Interno Bruto. Serra também destacou as virtudes da Capital, que abriga 90 mil eventos por ano, conta com 60 quilômetros de metrô e outros 270 de trens, além de 114 hospitais e mais de 400 hotéis. “São mais de 46 mil quartos, é a maior rede hoteleira do país”, destacou.

Outro fator justificado pelo governador foi a diversidade de imigrantes que residem em São Paulo.

“Temos a maior colônia de italianos fora da Itália. É a única cidade onde japonês fala português com sotaque italiano”, descontraiu. Para Serra, esse elemento de ordem econômica pode atrair ainda mais público aos jogos. “Teremos torcidas para as seleções de todo o mundo”, observou.

Serra aproveitou para lembrar aos inspetores da Fifa o papel chave de São Paulo na história do futebol em solo brasileiro. “São Paulo tem tradição esportiva muito grande, o futebol chegou ao Brasil através de São Paulo, através de Charles Muller, há inclusive uma praça no Pacaembu em homenagem a ele”, observou Serra.

Manoel Schlindwein