Lançado em 1999, o projeto Pomar Urbano busca promover a recuperação ambiental e paisagística do canal do Rio Pinheiros. Trata-se de uma iniciativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em parceria com a Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE), para restaurar a vegetação e devolver a vida às margens de um dos principais cursos d’água da capital.
Vale destacar que, no início do século XX, o Rio Pinheiros foi retificado para a geração de energia. Assim, entre os anos de 1928 e 1940, o curso d’água sofreu alterações significativas, com a transformação em um canal, e não mais em um trajeto cheio de curvas, o que ocasionou perda das matas ciliares e da vegetação natural.
Recuperação
Assim, no fim da década de 1990, a ação do Governo do Estado lançou novos olhares para um dos principais rios da capital paulista, como relata Ana Lúcia de Faria Burjato, arquiteta do projeto Pomar Urbano. “No início dos trabalhos, após muito tempo, havia uma vontade política de fazer a recuperação do canal. Desse modo, retomamos o cuidado em relação aos cursos d’água na cidade. As pessoas passaram a cuidar do canal do Pinheiros”, explica.
Desde o começo da iniciativa, o esforço conjunto com o setor privado foi fundamental para a recuperação do rio, uma vez que as margens leste e oeste foram divididas em trechos e colocadas sob responsabilidade das empresas parceiras, voltadas à implantação ou manutenção de projetos paisagísticos.
Os resultados da iniciativa apontam 300 mil mudas plantadas, com mais de 250 espécies selecionadas por técnicos do Sistema de Meio Ambiente, entre árvores, palmeiras, arbustos e forrações, em 26 km das margens esquerda e direita revitalizadas.
“O objetivo é recuperar as margens do Rio Pinheiros. É importante firmar parcerias para o plantio e recuperação desses espaços. Um chamamento público foi realizado neste ano para a implantação de projeto paisagístico em trecho do canal”, explica Márcia Cristina Yamamoto, diretora-técnica da Coordenadoria de Parques Urbanos (CPU), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
Manutenção
O chamamento público indicou que os pontos da margem leste ficarão a cargo da empresa Vivo, responsável pela implantação de projetos paisagísticos e manutenção e conservação de áreas verdes. As Reservas Votorantim administrarão as iniciativas na margem oeste.
“O trabalho conjunto entre o Estado e o setor privada também beneficiam a população. O desafio é propiciar cada vez mais áreas verdes ligadas à preservação do rio. Isso tem relação com a saúde ambiental”, acrescenta Márcia Cristina Yamamoto.
Ao todo, 34 empresas já foram parceiras do projeto. A ação também teve um papel social importante, já que proporcionou ocupação, renda e qualificação profissional, por meio do Programa Frente de Trabalho da Secretaria do Emprego e Relação do Trabalho, que acolheu e capacitou 1,5 mil bolsistas, alguns dos quais continuam a trabalhar no Pomar Urbano, contratados pelas empresas parceiras.
Ações
Vale destacar, ainda, a implantação de estação de flotação da água do canal do Pinheiros, permitindo que a irrigação das mudas seja realizada com água tratada do próprio rio. “A iniciativa oferece qualidade de vida para os moradores da cidade. A ação insere essa discussão na agenda do paulistano. Fundamental o retorno da fauna e flora para a região e a cidade de São Paulo”, ressalta o gestor ambiental Alex Maia, assistente administrativo e integrante do projeto Pomar Urbano.
“Os resultados são positivos, uma vez que o projeto é voltado para a educação ambiental. Temos o desafio de trazer a natureza para o local e levar mais pássaros e espécies para o ambiente”, salienta Roberto Ishikawa, que responde pelo expediente de coordenador de Parques Urbanos.
Com a inauguração da Ciclovia do Rio Pinheiros em 2010, o cidadão pode acessar as áreas do Pomar Urbano, o que valoriza a característica do espaço de grande parque linear. De acordo com o gestor, a alternativa para lazer e deslocamento diário registra aumento no número de frequentadores também em decorrência do projeto de paisagismo e de manutenção.
