Projeto Clube de Leitura amplia atividades para detentos do interior

Região de Presidente Prudente obtém quase 100% de adesão de unidades à iniciativa que oferece benefício de remição de pena

seg, 21/05/2018 - 13h04 | Do Portal do Governo

Por meio da Secretaria da Administração Penitenciária, o Governo do Estado elabora iniciativas voltadas à ressocialização e educação dos detentos. A região de Presidente Prudente, no interior paulista, se destaca ao ser a primeira a obter quase 100% de adesão ao Projeto Clube de Leitura, que oferece o benefício de remição de pena aos reclusos.

A iniciativa está em operação nas unidades prisionais do oeste paulista desde 2015. Ao todo, são 21 estabelecimentos prisionais participantes na região. A conquista foi possível graças ao empenho da regional da Fundação “Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel” (Funap) em Presidente Prudente, com a pasta em parceria com as faculdades da Rede Gonzaga de Ensino Superior (Reges) de Dracena, Junqueirópolis, Osvaldo Cruz e Tupi Paulista.

A ampliação da Coordenadoria da Região Oeste do Estado (Croeste) permitiu o avanço. Atualmente, 19 espaços são subordinados à regional da Funap de Presidente Prudente e dois, à regional de Mirandópolis.

“É uma oportunidade de reflexão e diálogo. A leitura os leva a esquecer que estão na prisão”, ressalta a gerente regional da Funap de Presidente Prudente, Camila Menotti Zanuto. “É também uma maneira de contribuir com a leitura dos universitários e, ao mesmo tempo, com a ressocialização dos presos”, destaca o diretor da Faculdade Reges de Dracena, Fábio Holmes Lins.

Oportunidade

O procedimento consiste em cada presídio e faculdade receber um kit com 60 títulos literários, que são distribuídos entre os sentenciados, podendo gerar quatro dias de remição de pena para cada 30 dias de leitura. Todo o processo é realizado pela Funap, por intermédio de mediadores, geralmente sentenciados contratados, que se reúnem com os participantes em três ocasiões.

A leitura é avaliada por meio da produção de uma resenha crítica. O conteúdo segue para validação pelos universitários, sob supervisão de professores. Os docentes analisam a estética, limitação ao tema e a fidedignidade. Após as correções, são emitidos pareceres às unidades prisionais que, por uma comissão, solicitam a compensação da pena ao Juízo da Execução.

Vale destacar que os critérios devem ser rigorosamente obedecidos pelos internos. A título de exemplo, em abril, a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista começou duas turmas, com um total de 21 reeducandas. Ao todo, 14 presas conseguiram completar todo o ciclo até a elaboração da resenha.