Presidente Prudente recebe feira para incentivar cultivo da batata-doce

Até o próximo domingo (17), especialistas ministrarão palestras e participarão de debates sobre produtividade no setor

sex, 15/06/2018 - 12h28 | Do Portal do Governo

A partir desta sexta-feira (15), especialistas e interessados nas questões ligadas à produção de batata-doce estarão reunidos na 1ª Feira Tecnológica da Batata-doce de Presidente Prudente e Região (Batatec). O evento, realizado até o próximo domingo (17), conta com apoio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

A entrada no evento é gratuita. No entanto, quem quiser colaborar pode doar um quilo de alimento não perecível ou uma peça de roupa ou agasalho. As doações serão revertidas ao Fundo Social de Solidariedade de Presidente Prudente.

Em março de 2017, a comercialização do tubérculo na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) atingiu o pico da série histórica mantida pela instituição, com mais de seis mil toneladas mensais. Desde então, o patamar se mantém em patamares próximos a cinco mil toneladas por mês.

Produtividade

Vale destacar que, segundo dados da Pesquisa Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região de Presidente Prudente é uma das principais produtoras da cultura no País. Durante o evento, a Apta exibirá resultados preliminares de um estudo que tem o objetivo de analisar as características agronômicas de genótipos de batata-doce de sementes provenientes do cruzamento de duas variedades da região.

A feira tem o objetivo de selecionar materiais com produtividade comercial elevada e formato de raiz adequado ao mercado in natura. Financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a análise teve início em outubro do ano passado e deve ser encerrada em setembro de 2019.

“O território paulista é o segundo maior produtor de batata-doce do Brasil. Contudo, a produtividade é muito inferior ao potencial da cultura. A região de Presidente Prudente é grande produtora do Estado, mas também apresenta baixa produtividade”, revela Amarílis Beraldo Rós, pesquisadora da Apta e coordenadora do projeto de pesquisa.

“Uma das causas é a utilização de poucas variedades com as características comerciais necessárias, sendo que esses materiais podem não ser os mais indicados para a região”, acrescenta. De acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), embora a produtividade da microrregião de Presidente Prudente tenha crescido em torno de 27,5% nos últimos quatro anos, em 2017 foi de 16.200 kg/hectare, número inferior a outras regiões, inclusive do Estado de São Paulo.

Atividades

Segundo o diretor do Polo Regional de Presidente Prudente da Apta, Ricardo Firetti, a 1ª edição da Batatec busca levar conhecimento técnico-científico aos produtores rurais da região. Durante a feira, serão promovidas palestras sobre nutrição e adubação em solos arenosos, ecofisiologia da batata-doce, vantagens no uso de mudas com registro e alto padrão de sanidade e melhoramento genético, entre outras.

Os visitantes poderão experimentar, em uma praça de alimentação formada por food-trucks, os pratos salgados e doces produzidos com batata-doce, além de uma cerveja produzida com o tubérculo. “Com isso, esperamos incentivar o consumo do produto pela população e mostrar ao agricultor como agregar valor à produção”, afirma Ricardo Firetti.

“A realização do evento é importante porque tem envolvimento da recém-criada Associação dos Produtores de Batata-doce de Presidente Prudente e Região, instituições de ensino e pesquisa, Sebrae, Ciesp, Senai e da prefeitura municipal. A junção de esforços em prol de uma cultura com importância econômica e social como a batata-doce é muito benéfica”, completa o diretor do polo regional da Apta.

De acordo com o IBGE, a produção brasileira de batata-doce foi de 669.454 toneladas em 2016. Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentraram 64% da produção nacional da cultura. Naquele ano, o município de Presidente Prudente foi o segundo maior produtor nacional e o primeiro no Estado, com mais de 14 mil toneladas.