A Penitenciária Nilton Silva de Franco da Rocha II, conta, desde a quinta-feira, 4, com uma sala de leitura que recebeu o nome de Augusto Boal. Mil obras foram doadas ao mais novo ambiente da unidade prisional, através de uma parceria entre a Funap (Fundação de Amparo ao Preso) e o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento.
Na inauguração estavam presentes as representantes da Funap, Rosália Maria Andreucci Naves Andrade; Maria Beatriz Arias Perez Figueredo (Chefe de Gabinete e Diretora Adjunta de Atendimento de Promoção Humana, respectivamente) e Bárbara Santos, coordenadora do CTO- Rio (Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro). O Coordenador das Unidades Prisionais de São Paulo e Grande São Paulo (CCAP), Marco Antônio Feitosa e o Chefe de Gabinete da SAP, Luiz Hélio da Silva Franco também prestigiaram o evento.
“Este é um momento ímpar, pois estamos tendo o privilégio de, em meio a diversos problemas, proporcionar algo de bom para os presos”, declarou o Diretor Técnico de Departamento da penitenciária, Sérgio Zeppelin Filho.“Quero agradecer a iniciativa da Funap e do Instituto Oldemburg e reafirmar a perseverança na continuidade de um trabalho sério e a relevância de ações como as implantadas nesta ocasião”, disse. “Esta é a primeira inauguração que participo, mas espero que não seja a última, porque este trabalho deve continuar”, destacou Rosália Andreucci. “É muito difícil implantar trabalho, educação e cultura, mas vejo um esforço significativo da SAP, pois parcerias como essa, certamente trarão bons resultados”, ressaltou.
A representante do Instituto Oldemberg e coordenadora do projeto desde 2003, Renata Monteiro das Chagas, disse que até o final de outubro serão instaladas 450 salas, como a implantada em Franco da Rocha. “Trata-se de uma ação simples, mas com resultados expressivos”, afirmou.
O Coordenador da CCAP, Marco Antônio Feitosa agradeceu a participação de todos os envolvidos e se mostrou animado com a perspectiva de ampliar o projeto para as demais unidades penitenciárias do Estado. “Sala de Leitura é um ambiente onde se pode adquirir conhecimento; é lugar de reflexão, introspecção e de estar de bem consigo mesmo”, elogiou.
A Sala de Leitura conta com um acervo de mil obras – que poderão ser usufruídas por presos e funcionários do estabelecimento – advindas de doação da Editora Record que cedeu, ao todo, 1 milhão de livros para o Instituto Oldemburg. “Em um país onde o hábito da leitura ainda não está enraizado na cultura, esta é uma oportunidade interessante de ampliar conhecimentos e abrir novos horizontes para aqueles que estão, temporariamente, privados de liberdade”, declarou Andreucci.
Nota
Augusto Boal é autor de diversas obras literárias lançadas nos mais diversos idiomas, além de colecionar um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias.
A principal criação de Augusto Boal, o Teatro do Oprimido, é hoje uma realidade mundial, sendo a metodologia teatral mais conhecida e praticada nos cinco continentes.
O CTO-Rio foi criado em 1986 por Boal, junto com artistas populares, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil.
O CTO-Rio, desenvolve projetos com ONG´s, sindicatos, universidades e prefeituras.
Da Secretaria Estadual da Administração Penitenciária
(I.P.)
