IPT testa maquete do novo prédio de hospital da Capital

Testes foram realizados no túnel de vento para determinar reforços na estrutura do prédio

dom, 24/01/2010 - 11h00 | Do Portal do Governo

O Centro de Metrologia de Fluidos (CMF), que abriga o túnel de vento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), realizou durante uma semana uma série de ensaios sobre esforços de vento para o projeto do novo prédio do Hospital Sírio-Libanês, localizado na cidade de São Paulo.

A nova edificação é parte dos investimentos na expansão e reforma do hospital, cujo custo total será da ordem de R$ 600 milhões. Os ensaios na nova torre – que terá 110 metros de altura, 16 andares (mais dois andares técnicos) e está embasada em um edifício já existente de oito pavimentos – foram feitos para determinar os esforços na estrutura e também pressões nas fachadas (esquadrias). Com 100 mil metros quadrados de área construída e uma equipe de 4,5 mil empregados, o hospital tem capacidade atualmente para realizar até 50 cirurgias por dia, oferece cerca de dois mil tipos de exames diagnósticos e pode acolher 300 pessoas em seus leitos.

Para a execução dos ensaios, os pesquisadores simularam as características do vento da região na qual o edifício está localizado – neste caso, o bairro da Bela Vista – nos dois primeiros dias. Com a confirmação dos resultados da simulação, a equipe partiu para a montagem da maquete da torre, em escala 1:250, na qual foram instaladas 232 tomadas de pressão. “Para a obtenção de dados com maior segurança, instalamos o maior número possível de tomadas no modelo da edificação”, afirma o pesquisador do Laboratório de Vazão, Gilder Nader.

Em função da presença cada vez maior de edifícios com pele de vidro nos centros urbanos, lembra Nader, os ensaios nos túneis de vento estão se tornando cada vez mais comuns – e complexos. No caso do Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, a fachada será composta de concreto e vidro. “Ou seja, não se trata mais de um esforço simples em concreto, mas uma combinação de dois materiais. O vidro em princípio não tem elasticidade e qualquer flutuação de pressão poderia provocar uma trinca, daí a necessidade de aumentarmos a quantidade de tomadas de pressão nessas áreas”, diz ele.

Os ensaios no túnel de vento foram executados para fornecer coeficientes de pressão que deem segurança ao projetista na inclusão de elementos de fachada resistentes a determinadas situações. Com a posse do laudo final fornecido pelo CMF, os responsáveis pela obra agora irão cruzar esses dados com as informações das rajadas de vento na região para então projetarem a estrutura. “O principal objetivo dos ensaios no túnel é o fornecimento de coeficientes de pressão para dar segurança ao projetista na inclusão de elementos de fachada que resistirão a determinadas situações”, completa o pesquisador do IPT, Antonio Pacífico.

Para simular as condições reais do bairro em que o edifício será construído, os pesquisadores reproduziram as características do vento natural do entorno, como camada de limite atmosférico, perfil de velocidade, turbulência e rugosidade. Os testes foram referenciados em função da norma NBR 6123, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estipula as condições exigíveis na consideração das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento, para efeitos de cálculo de edificações.

Do IPT