Indústria puxa aumento de 10% no consumo de gás natural em SP em 2017

Crescimento da produção tem sido progressivo desde 2011 e se acentuou com a exploração do pré-sal a partir de 2014

ter, 10/07/2018 - 10h35 | Do Portal do Governo

Responsável por 87% de todo o gás natural utilizado em São Paulo, a indústria teve papel decisivo no aumento de 10,7% do consumo de gás de todo o Estado em 2017, atingindo a marca de 5 bilhões de m³, segundo dados divulgados recentemente pela Secretaria de Energia e Mineração.

O segmento de alimentos e bebidas apresentou o maior crescimento de todo o setor industrial, com alta de 38,1%. A única área que registrou redução foi a química, com baixa de 0,3%.

O setor residencial aumentou em 6,8% o consumo, com o total de 267 milhões de m³. Devido à ampliação da conexão das residências à rede de gás canalizado, nos últimos 10 anos, esse setor registrou ampliação no consumo de 89,4%.

O comércio utilizou 152 milhões de m³ em 2017, alta de 6,3%. Tanto o setor comercial quanto o industrial apresentaram crescimento nos últimos 10 anos. Já a produção de gás natural no Estado no ano passado foi de 6,2 bilhões de m³, um aumento de 6,4% em relação ao ano anterior.

Para João Carlos Meirelles, secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo, “o gás natural é um energético seguro e que possui baixa emissão de poluentes. Com o crescimento da produção de gás no pré-sal, estamos trabalhando para aumentar o consumo não só para o setor residencial e industrial, mas também para a geração de energia elétrica”, explica.

Futuro da rede

Novos contratos para planos de expansão foram aprovados e são importantes para o consumo no Estado. Em 2016, o plano de expansão do gás canalizado do estado juntamente com as concessionárias Comgás, GasBrasiliano e Gás Natural Fenosa. Até 2029, a rede paulista deve ampliar de 143 para 285 o número de municípios atendidos com gás canalizado.

A Empresa Metropolitana de Água e Energia (Emae), vinculada à Secretaria de Energia e Mineração, assinou em março de 2018 contrato de formação de consórcio com a empresa Gasen, que construirá uma usina termoelétrica a gás natural na sede da estatal, localizada no bairro de Pedreira, zona sul da capital.

Com investimento de R$ 5 bilhões, o consórcio público-privado terá ainda como parceira a alemã Siemens, que será responsável pelo fornecimento de equipamentos da ilha de potência e subestação, além de dar suporte técnico e comercial na configuração da usina. A Emae fará parte do consórcio fornecendo a infraestrutura local com terreno, facilidade de conexão ao gasoduto e à rede de alta tensão, e realizando o licenciamento ambiental do empreendimento.

A estimativa é que o parque térmico consuma cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, ampliando o consumo de gás natural do estado que atualmente está em 19 milhões de metros cúbicos por dia. A usina deverá entrar em operação em 2024.

São Paulo é o maior consumidor de gás natural do Brasil e nele aposta como o insumo de transição para as energias renováveis e na garantia da segurança energética do maior parque industrial do Brasil. O Estado está dividido em três áreas de concessão de distribuição de gás canalizado, sendo atendido pelas empresas Comgás, Gás Brasiliano e Gás Natural Fenosa.

O território paulista conta com uma extensa rede de gasodutos, que trazem o gás natural da Bolívia e da Bacia Santos para o consumo local e também para o transporte desse gás para o sul do país, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ao todo, o Estado possui 18.694 mil quilômetros de rede de gasodutos, que atende atualmente a 143 cidades.