Estudo da Unesp indica que óleo industrial pode prejudicar saúde e meio ambiente

Pesquisa reafirma a necessidade de conscientização dos trabalhadores que lidam com o produto

ter, 08/01/2008 - 20h16 | Do Portal do Governo

O óleo lubrificante utilizado na indústria, ou fluido de corte, pode desencadear uma série de problemas de saúde nos trabalhadores, como alergias, micoses e câncer, além de ser um potencial contaminador de recursos hídricos. Uma pesquisa conduzida no câmpus de Bauru pelos docentes Eduardo Carlos Bianchi e Paulo Roberto de Aguiar, da Faculdade de Engenharia (FE), e Olavo Speranza de Arruda, do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências (FC), aponta alternativas que tornam o produto menos nocivo.

Segundo os pesquisadores, é comum na indústria o acréscimo de aditivos e biocidas ao óleo. Os aditivos servem para aumentar sua capacidade de lubrificação e refrigeração, enquanto os biocidas evitam a contaminação do produto por microorganismos. “O problema é que essas duas substâncias tornam o produto ainda mais agressivo à saúde humana”, explica Aguiar.

Como alternativa eficiente ao uso dos biocidas, os engenheiros testaram o emprego de radiação ultravioleta e a diminuição da temperatura sobre as emulsões. Os resultados mostraram que as práticas podem combater as bactérias da mesma forma que os biocidas. “Elas também diminuem o desgaste da substância e prolonga sua vida útil”, diz Bianchi. Outra conseqüência favorável das medidas é a economia de descarte do produto no ambiente, uma vez que se amplia o tempo de uso. Bianchi lembra que cada litro de fluido à base de óleo mineral é suficiente para contaminar um milhão de litros de água potável.

Ainda sob o aspecto da durabilidade, o estudo aponta que o óleo de corte de origem sintética é mais resistente a fungos e bactérias que os de origem mineral. Os sintéticos também causam menos danos à natureza e à saúde dos operadores. “Esse é um dos poucos trabalhos da engenharia mecânica, na área de fabricação, que busca uma aproximação com a biologia”, afirma Bianchi.

A pesquisa reafirma a necessidade de conscientização dos trabalhadores que lidam com o produto para a importância de utilizar equipamentos de proteção, como máscaras respiratórias, luvas e cremes específicos para a pele. Os pesquisadores alertam, ainda, para a necessidade de descartar as roupas impregnadas com a substância.

Da Unesp

(C.M.)