Empresa incubada na USP desenvolve sistema inovador para edifícios

Empreendimento desenvolve tecnologia 100% nacional, capaz de monitorar a salubridade do ambiente e reduzir custos

sex, 21/09/2018 - 16h23 | Do Portal do Governo

Uma startup instalada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo (USP/IPEN-Cietec), da Universidade de São Paulo, está voltada à evolução de um sistema que podem melhorar a qualidade do ar em prédios. A Omni-Electronica desenvolveu a tecnologia SPIRI, 100% brasileira, um novo conceito de rede de sensores sem fio que realizam um raio-X da qualidade do ar interno.

Com técnicas de controle sob demanda, os aparelhos podem reduzir os custos de energia elétrica do sistema de condicionamento. De acordo com informações da Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana (EPA), pessoas que vivem em áreas urbanas passam 90% do tempo em ambientes internos que podem ser de duas a dez vezes mais poluídos do que o ar externo. O fato é agravado pela chamada “Síndrome do Edifício Doente”, um conjunto de doenças desencadeadas pela proliferação de micro-organismos infecciosos e partículas químicas em prédios fechados.

Funcionamento

A tecnologia SPIRI fornece dados, relatórios, alertas e visualizações personalizáveis capazes de monitorar a salubridade do ambiente, melhorar a produtividade e a qualidade de vida, além de monitorar normas e padrões de condições de trabalho, por meio de uma rede de sensores com alcance de até 100 metros entre cada ponto de monitoramento e consumo ultrabaixo.

É importante frisar que a solução pode ser usada em ambientes residenciais, escolas, hospitais, escritórios, academias ou em qualquer ambiente com sistema central HVAC, para auxiliar no combate à síndrome.

Por ser um produto totalmente nacional, o sistema é mais barato do que outros dispositivos importados, além de apresentar a própria rede de comunicação, podendo também se conectar a outras redes. Por fim, o dispositivo viabiliza o controle de todo ambiente sem precisar sair do lugar.

Incubação

Fundado em abril de 1998, o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) tem objetivo de incentivar a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresa. Assim, o Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil.

O centro é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diversos níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.

Investimento

A Omni-Electronica foi fundada em 2016, por iniciativa dos doutorandos e mestrandos da Escola Politécnica (Poli) da USP Arthur Aikawa, John Esquiagola e Matheus Manini. No ano seguinte, o empreendimento passou a integrar o maior centro de incubação do Brasil.

É importante frisar que o negócio já recebeu mais de R$ 500 mil de investimento em projetos e investiu mais de R$1,1 mi em pesquisa e desenvolvimento. Uma das principais iniciativas em curso pela empresa foi concretizada no Hospital Israelita Albert Einstein, que identificou que o monitoramento contínuo da concentração de material particulado suspenso pode ser usado para reduzir a incidência de infecções hospitalares.

A empresa também atuou com a DHL e Delloite, em trabalhos focados na redução de custos e otimização da operação. Na DHL, a empresa apontou uma possível redução de até 10% do consumo de energia do sistema de condicionamento do ar.

Inovações

Vale ressaltar que a Omni-Electronica foi finalista do programa MoviMente 2018, que aproxima as startups das principais empresas do mercado de construção civil, facilitando a entrada no mercado. O empreendimento também foi convidado para integrar o GRI Tech Club, clube seleto de construtechs que viabilizam tecnologias inovadoras para o setor de construção civil brasileiro.

Na avaliação do diretor-executivo do Cietec, Sergio Risola, a entidade prioriza a geração de negócios com o maior impacto possível na sociedade. “A solução da Omni-Electronica gera grande impacto social, pois pode beneficiar a qualidade de vida da população no combate à Síndrome do Edifício Doente”, salienta.

De acordo com Arthur Aikawa, CEO da Omni-Electronica, estar no Cietec é essencial para o sucesso da empresa. “O Cietec é a maior fábrica de startups do Brasil. Ao todo, 95% dos empreendimentos graduados nos processos de incubação continuam atuantes no mercado”, completa.