Detetives em ação

Conheça a história de José Nelson Rapisarda, que coordena equipe de 14 pessoas na delegacia

qui, 05/07/2007 - 15h03 | Do Portal do Governo

José Nelson Rapisarda, seis anos na Civil, coordena equipe de 14 pessoas que trabalham na Delegacia Eletrônica durante o dia. Conta que logo que chega pela manhã liga seu computador e começa a trabalhar nas pendências (casos ainda não verificados) e esclarece pequenas dúvidas de seus colegas.

Na tela de seu micro, abre um boletim na Internet, preenchido há pouco pelo cidadão. No banco de dados da Polícia Civil, José Nelson confere o número do RG da pessoa, os nomes de seus pais, cidade de origem, o CPF na Receita Federal e outras informações. “É necessário checar a consistência dos dados do boletim, porque às vezes a pessoa digita errado”, diz o policial.

No caso de desaparecimento, muitas vezes o policial percebe o drama humano. José Nelson conta que há mulheres que saem de casa por causa de agressões de seus maridos, que solicitam o boletim via Internet. Às vezes, este procedimento é usado com má intenção pelo companheiro que deseja provar abandono de lar e se esquivar da eventual culpa pela violência praticada.   

Há casos curiosos de furtos de veículos que na verdade foram guinchados pela prefeitura. O policial resolve logo a ocorrência ao consultar o banco de dados da companhia municipal de trânsito. Outra situação interessante é gente que bebe, esquece onde deixou o carro e preenche boletim por furto. Houve o caso ainda de uma mãe desesperada que notificou o sumiço da filha, que ficou dois dias fora, feliz da vida, passeando com amigos.

Palavra amiga – Até homicídio o pessoal da Eletrônica resolveu em conjunto com equipes de investigação. Ao verificar o boletim de desaparecimento de um professor, José Nelson notou uma curiosidade. O homem vivia sozinho e pessoas solitárias não costumam fugir de casa a não ser em situações excepcionais, e o veículo do professor se encontrava na garagem do prédio.

José Nelson acionou os investigadores, que montaram tocaia no estacionamento e pegaram o assassino que voltou ao local do crime, depois de esconder o corpo, para fugir no carro da vítima. Tudo resolvido em menos de 24 horas, após consulta ao boletim no computador.  

A policial que pede para ser chamada de Maria Clara, 13 anos de Civil, conta que a maior recompensa pelo trabalho é ajudar pessoas em situações de desespero, pela perda de documentos, por exemplo. “Delegacia é como hospital, ninguém quer utilizar os serviços. Temos de ser atenciosos com quem se encontra fragilizado, precisando de uma palavra amiga”, diz Maria Clara.