Convênio garantirá conclusão de ponte que liga SP a MS

A previsão é de que a ponte seja inaugurada no segundo semestre de 2008

seg, 30/07/2007 - 9h45 | Do Portal do Governo

Uma reivindicação de mais de 40 anos vai sair do papel pelas mãos do governador José Serra. Está tudo pronto para a assinatura de um convênio que garante a liberação dos R$ 31 milhões necessários para a conclusão da ponte sobre o rio Paraná que liga os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul pelos municípios de Paulicéia (SP) e Brasilândia (MS).

Com 70% da obra já executada, a previsão é de que a ponte seja inaugurada no segundo semestre de 2008. O convênio a ser assinado com o Ministério dos Transportes abre caminho para que o governo federal invista os recursos necessários para terminar a construção. Esta será a sexta ponte a ligar os dois estados.

O rol de benefícios que a obra trará é extenso. A nova ponte porá fim à lenta travessia do rio, hoje realizada apenas por balsas. Com ela, o escoamento da produção sul-mato-grossense vai ganhar mais fôlego: esta será a primeira via de acesso da região rumo ao estado de São Paulo – onde se concentram não apenas portos e centros de distribuição, mas também boa parte de seu mercado consumidor.

A integração interestadual e o desenvolvimento da região também serão ampliados, visto que o intercâmbio entre os dois estados será ampliado imediatamente. Mais de 600 mil hectares de terras agriculturáveis, até então subaproveitadas, poderão ser exploradas por industriais, especialmente dos setores sucroalcooleiro e de celulose.

Mas quem ganha mesmo são os motoristas. Quem sai de São Paulo rumo a Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, vai economizar cerca de 100 quilômetros com a nova ponte, de pouco mais de 1.700 metros de extensão. O trajeto vai beneficiar os motoristas que optarem pela rodovia BR-158, próxima à Paulicéia, e a BR-163, nos arredores de Campo Grande.

Marco

A luta pela nova ponte durou quase meio século e as autoridades não escondem: a obra é um marco sem precedentes na região. “A ponte Paulicéia-Brasilândia é fruto de um compromisso assumido há anos, mas que estava paralisado, pendente de conclusão. Agora, no governo Serra, nós vamos retomar e terminar este projeto fundamental ao trânsito entre os dois Estados”, afirma a Secretária Estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena.

A secretária lembra que a obra está parada desde 2001 e que agora se torna realidade por iniciativa da gestão José Serra. Tão logo a ponte fique pronta começa a construção de seus acessos. “Mas o fundamental é concluir a obra, porque ela já poderá ser transitada mesmo sem a conclusão dos acessos”, argumentou a secretária.

Do total a ser investido, R$ 9 milhões saem dos cofres estaduais. O restante virá da União, após acordo negociado pela secretária e pelo governador José Serra com o Ministério dos Transportes.

“É um sonho que vira realidade”, resume o prefeito de Paulicéia, Ronney Antônio Ferreira. Segundo ele, a distância entre as capitais dos dois estados, encurtada em 100 quilômetros, trará enormes benefícios à economia local. É a principal vitória de uma luta que remonta ao início dos anos 70, entende o prefeito. “A ponte trará um crescimento muito grande para região”, diz Ferreira.

Acordo

A ponte sobre o rio Paraná é uma das principais bandeiras de luta da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP). Tão logo criada, há 30 anos, seus presidentes passaram a cobrar a construção da ligação interestadual. Em 1998, após participar de um fórum regional em Tupã, o governador Mário Covas autorizou o início dos trabalhos.

“A conclusão da obra é muito importante, um marco para a região”, afirma o atual presidente da entidade, o prefeito de Parapuã, Antônio Alves da Silva. Segundo ele, é impossível prever quantos veículos passarão a optar pela nova ligação, afinal os quilômetros economizados no trecho entre as capitais são muito significativos.

A ponte é uma obra compensatória para as cidades afetadas pela formação do reservatório da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta (Porto Primavera). O acordo foi firmado entre a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e a AMNAP no dia 3 de julho de 1998.

A AMNAP é composta por 30 municípios. Fazem parte da AMNAP Adamantina, Dracena, cujo prefeito Élzio Stelato Júnior é o atual presidente da Associação, Flora Rica, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Irapuru, Junqueirópolis, Lucélia, Mariápolis, Monte Castelo, Santa Mercedes, São João Do Pau D´Alho, Tupi Paulista, Pracinha, Tupã, Bastos, Queiroz, Iacri, Arco-Iris, Herculândia, Nova Guataporanga, Osvaldo Cruz, Ouro Verde, Pacaembu, Panorama, Parapuã, Paulicéia, Rinópolis, Sagres e Salmourão.

Outro lado

Do outro lado do rio a satisfação não é diferente. “Agora vai, se Deus quiser”, celebra o deputado estadual Akira Otsubo, de Mato Grosso. Há mais de dez anos ele lidera as negociações em torno na liberação de recursos para a conclusão da obra.

Dados Técnicos

Comprimento total: 1.705 m Comprimento do vão principal (de navegação) (*): 200 m Comprimento dos vãos adjacentes (2) ao principal (*): 100 m Comprimento dos demais vãos (29) (**): 45 m Largura da plataforma: 15,80 a 17,30 m Volume total de concreto: 29.579 m3 (*) – Estrutura estaiada (**) – Estrutura com vigas protendidas

Manoel Schlindwein

(J.H.)