Consumo de álcool é alto entre estudantes de medicina, afirma estudo

Festas universitárias são ocasiões que mais se bebe entre a comunidade de estudantes

qui, 04/10/2018 - 11h23 | Do Portal do Governo

 

O consumo de bebidas alcoólicas é prática frequente entre os estudantes de Medicina no Brasil. A Revista de Medicina publicou um estudo no qual afirma que quase 70% da população brasileira consome álcool. Um dado mais alarmante aponta que a população universitária consome 81,1% de álcool. Para a pesquisa, foi levado em conta o comportamento dos últimos 12 meses de estudantes de Medicina de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

O artigo destaca que o elevado nível de consumo em uma única ocasião tem sido associado a baixo desempenho nas atividades, doenças sexualmente transmissíveis, danos materiais, violência e consequências criminais.

Os autores do texto afirmam que “para que uma estratégia cumpra seu papel transformador, deve-se contextualizar o problema (…) visando a elaboração de estratégias de prevenção bem-sucedidas e duradouras”.

Consumo entre mulheres

O estudo indica que os homens consomem mais álcool que as mulheres, mas a incidência no sexo feminino vem aumentando.

“O alcoolismo entre mulheres vem aumentando e a escassez de discussões colabora com o estigma do alcoolismo. Vivemos em uma sociedade que ainda é muito machista e por isso o tema tem que ser priorizado”, avalia, Murilo Campos Batisti, presidente do Coned (Conselho Estadual Sobre Drogas).

As mulheres, assim como estudantes em geral recorrem à droga legal, principalmente, em razão de ansiedade, depressão e transtornos alimentares, ocasionados por conta da rotina estressante dos estudos.

“A principal forma de prevenir o uso abusivo de substâncias químicas é o vínculo familiar e estar atento às amizades. O adolescente precisa de demonstrações de interesse, afeto, diálogo e permanecer atento aos amigos”, enfatiza a professora Zilá Sanches, da (Unifesp) Universidade Federal de São Paulo.

Lei Antiálcool

A Lei Antiálcool, em vigor desde novembro de 2011, proíbe que bares, restaurantes, lojas de conveniência, baladas, entre outros locais, não possam vender, oferecer e nem permitir a presença de menores de idade consumindo bebidas alcoólicas no interior dos estabelecimentos, mesmo que acompanhados de seus pais ou responsáveis maiores de idade.

“Em sete anos de vigência, a Lei Antiálcool paulista atuou como uma importante ferramenta para inibir o consumo de álcool pelos jovens, uma vez que quanto mais cedo a experimentação de bebidas alcoólicas se inicia, maiores são as chances de a pessoa desenvolver dependência química no futuro”, afirma Maria Cristina Megid, diretora da Vigilância Sanitária Estadual.

Os estabelecimentos infratores estão sujeitos a multas de mais de R$ 128 mil e, no caso de reincidências, podem ser interditados por 15 a 30 dias e até mesmo perderem a inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS. Além do álcool, os fiscais também estarão de olho no cumprimento da Lei Antifumo, que proíbe desde 2009 o consumo de produtos fumígeros em ambientes fechados e de uso coletivo.