Concessão do Rodoanel garante recursos para construção do Trecho Sul

Anúncio foi feito nesta terça-feira, 13, pelo governador José Serra

ter, 13/11/2007 - 15h45 | Do Portal do Governo

Atualizada às 18h31

O Governo do Estado lança no mês de dezembro o edital para a concessão do Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas à iniciativa privada. O anúncio foi feito pelo governador José Serra na tarde desta terça-feira, 13. O edital definirá os detalhes da concorrência que vai escolher uma empresa para operar a rodovia. Os recursos obtidos com a concessão serão aplicados na construção dos 62 quilômetros do Trecho Sul, que já está com as obras em andamento.

De acordo com a modelagem apresentada pelo governador, o concessionário deverá pagar uma outorga de R$ 2 bilhões, que serão destinados ao Trecho Sul, além de investir R$ 804 milhões no próprio Trecho Oeste. As obras incluem a construção de uma quinta faixa ao longo de 24 quilômetros do trecho entre as rodovias Castello Branco e Raposo Tavares e 10 quilômetros de marginais em ambos os lados do Rodoanel entre as interseções da Padroeira e a Raposo Tavares, interligando os municípios de Carapicuíba e Cotia.

“Vamos manter a outorga porque precisamos completar o Trecho Sul do Rodoanel”, comentou Serra em palestra de encerramento do seminário “Desafios e perspectivas da infra-estrutura no Estado de São Paulo”, promovido pela Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura). “Este modelo é diferente do modelo do governo federal. Nós passamos a estrada, mas cobramos da empresa privada uma outorga em dinheiro. É com esse dinheiro que a gente faz mais estradas. Esse é o modelo paulista”, explicou Serra.

Melhorias

Vencerá a concessão a empresa que propuser a cobrança da menor tarifa, que não poderá ser maior que R$ 3. “O modelo de pedagiamento será de bloqueios de saída, com isso simplificamos a construção, não terá que ter tantas praças de pedágio ”, explicou o governador. Esse esquema, segundo explicou o governador, vai favorecer os caminhões, pois permite que eles percorram o Rodoanel inteiro pagando menos. 

De acordo com as previsões, a empresa vencedora deve assinar o contrato com o Estado ainda no primeiro semestre de 2008. “Nossa expectativa é de que a assinatura do contrato seja feita até abril do ano que vem”, revelou o governador em seu discurso. Em seguida, ela já começa a implantar uma série de melhorias na estrada. Estão previstas, para inicio imediato, obras como a recuperação de 7 quilômetros de marginais entre os municípios de Osasco e Carapicuíba e a melhoria dos ramos de acesso da Castello Branco.

 “São Paulo vai ficar melhor. Hoje o Trecho Oeste do Rodoanel tem 30 e poucos quilômetros, é muito importante para a Grande São Paulo. Imagine quando tiver mais 61 quilômetros do Trecho Sul? Isso vai trazer muito desenvolvimento, muito emprego, muita prosperidade para São Paulo”, completou Serra.

A cobrança de pedágios só deve ocorrer no final de 2008, após a colocação de todos os equipamentos de apoio ao usuário (ambulâncias, sinalização, telefones, balanças etc.). O prazo de concessão é de 30 anos.

Investimentos

O modelo de concessões adotado pelo Estado tem apresentado bons indicadores. Para se ter uma idéia, 18 das 20 melhores rodovias do país são de São Paulo, segundo levantamento da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulgado no início de novembro.

O Programa de Concessões, iniciado há nove anos, alavancou recursos da ordem de R$ 16,3 bilhões até setembro deste ano. Desse total, R$ 8,2 bilhões foram investidos em obras de ampliação e duplicação de 675 quilômetros de estradas; 130 quilômetros de novas rodovias; obras de recapeamento e construção de faixas adicionais, viadutos e mais de cem passarelas em 3,5 mil quilômetros de rodovias concedidas.

O Rodoanel Mario Covas não está resolvendo apenas um problema de trânsito local, ele tem alcance muito maior. “É uma obra fundamental para nosso país, para a economia do Brasil”, disse o governador José Serra no dia 29 de maio, na cerimônia que marcou o início das obras do Trecho Sul do Rodoanel.

Sua missão é desviar o fluxo de veículos pesados da área urbana da Capital paulista e municípios vizinhos. Ganha a população local, que não terá que disputar espaço nas ruas com caminhões e outros veículos que estão apenas de passagem, e ganha o transporte de cargas, que poderá trafegar com maior velocidade numa via expressa construída especialmente para esse fim.

“Qual é o principal problema de infra-estrutura que nós temos na cidade de São Paulo e na região metropolitana da Capital? É o trânsito, que diminui a competitividade e, portanto, o emprego, na cidade e no Estado. O Rodoanel significará um avanço extraordinário nesse sentido”, concluiu o governador José Serra na palestra dessa tarde em São Paulo.

Trecho Sul

Segunda etapa de construção do Rodoanel Mário Covas, o Trecho Sul, com  61,4 quilômetros de extensão, foi lançado no final de maio em Mauá. Ele deverá ser concluído até abril de 2010 e consumir R$ 3,6 bilhões. A conclusão deste trecho marcará o começo de uma nova era para a logística em torno do Porto de Santos. Todos os caminhões do sul do país e do interior de São Paulo (via Techo Oeste) vão acessar a Anchieta de forma muito mais rápida.

As oito frentes de trabalho estão distribuídas por cinco lotes. Os funcionários operam nas pontes das represas Billings e Guarapiranga, em trevos das rodovias Anchieta, Imigrantes e Régis Bittencourt, nas estradas de Parelheiros e Itapecerica da Serra e na Avenida Papa João XXIII, em Mauá. A rodovia vai passar pelas cidades de Itapecerica da Serra, São Bernardo do Campo, Santo André e Ribeirão Pires.

Trecho Oeste

Confira abaixo a relação com os principais investimentos previstos para o Trecho Oeste do Rodoanel Mário Covas.

– 5ª faixa no trecho entre as rodovias Castello Branco e Raposo Tavares, num total de 24 quilômetros (implantada ao longo da concessão, de acordo com o volume de tráfego);

– Implantação de 10 quilômetros de marginais em ambos os lados do Rodoanel entre as interseções da Padroeira e a Raposo Tavares, interligando os municípios de Carapicuíba e Cotia (a partir do quarto ano de concessão);

– Recuperação de 7 quilômetros de marginais entre os municípios de Osasco e Carapicuíba (início imediato);

– Implantação de seis passarelas (a partir do terceiro ano e até o décimo primeiro);

– Melhoria dos ramos de acesso da Castello Branco (início imediato);

– Construção de viaduto na passagem superior da Estrada Velha de Cotia (até o terceiro ano);

– Construção de 4 quilômetros de barreiras acústicas e 12,6 quilômetros de defensas metálicas e de concreto em diversos locais (até o segundo ano);

– Implantação de pátios de manuseio de cargas perigosas (início imediato);

– Implantação de novas paradas de ônibus (início imediato);

– Equipamentos de pesagem, de fiscalização de velocidade, de telecomunicações e de monitoramento de tráfego (início imediato);

– Estações meteorológicas (início imediato).

Além disso, a Dersa vai realizar a canalização do córrego dos Metalúrgicos (Osasco) e a construção de um hospital veterinário no município de São Paulo. Essas obras integram as compensações ambientais pela construção do Trecho Sul.

Manoel Schlindwein