Compras por pregões fazem USP economizar R$ 700 mil

Os dados são do Instituto de Química de São Carlos (IQSC)

qua, 10/10/2007 - 13h45 | Do Portal do Governo

Instituídos por legislação federal em 2002, os pregões já fazem parte do cotidiano da administração pública brasileira. Trata-se de um sistema de compras que tem como meta desburocratizar os procedimentos de compra de produtos, mantendo sua transparência, e garantir ao Estado a aquisição de itens de qualidade e por preços baixos.

A USP, por meio de suas unidades, adquire produtos por pregões. E a economia que 12 unidades obtiveram devido ao procedimento superou os R$ 690 mil entre 2003 e 2006. Os dados são de pesquisa desenvolvida por José Marcelo Timarco, analista contábil financeiro do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP. O estudo foi apresentado como trabalho de conclusão de curso do analista no Centro Universitário Central Paulista (Unicep), e defendido em janeiro.

Metodologia

Timarco estudou os pregões realizados por 12 unidades da USP entre 2003 e 2006. Os dados estão disponíveis no site www.pregao.sp.gov.br, da Secretaria de Gestão Pública, que contempla todos os pregões realizados no estado.

No procedimento do pregão, quem faz a compra informa o preço de referência para o produto. Em geral, esse preço de referência é calculado com base no valor médio do preço do produto no mercado. O analista verificou a diferença registrada entre o valor de referência e o efetivamente pago pelo produto, e aí que se constatou a economia.

“Apenas precisamos tomar cuidado com a observação do valor de referência. Em alguns casos, aponta-se um valor bem superior ao da realidade de mercado, o que sugere uma economia que, de fato, não se verificou, ao menos não naquela dimensão que os números sugerem”, ressalta Timarco.

Exemplos práticos da economia realizada: no ano passado, a Prefeitura do Campus Administrativo de São Carlos (PCASC) abriu pregão para compra de materiais de limpeza e higienização. O valor previsto para o gasto foi de R$ 156.458,56, e a compra foi fechada por R$ 125.844,00. Economia de 19,57%. Em outro procedimento, realizado pelo Centro de Computação Eletrônica (CCE) em 2004 para a compra de softwares, o valor pago foi de R$ 118.835,50, contra uma previsão de R$ 187.115,50, o que representou uma economia de 36,49%.

Sugestões

O analista também apresentou sugestões para que os ganhos econômicos obtidos por meio dos pregões sejam ainda maiores. Segundo ele, o estabelecimento preciso de um valor de referência – o que prejudicou, em alguns casos, a obtenção de dados mais confiáveis sobre a economia gerada pelo sistema – é imperativo para que os custos sejam reduzidos. “Tem que se fazer uma pesquisa no mercado mais bem elaborada”, confirma Timarco. Para o analista, assim pode-se saber até que ponto o preço pago pelas entidades é justo.

Timarco sugere também que unidades se juntem para a aquisição de produtos em comum. “Unidas, as entidades teriam maior poder de compra para adquirirem itens que precisem, e assim poderiam negociar preços melhores”, diz Timarco.

As  unidades analisadas por Timarco foram, além da PCASC, CCE e IQSC, a Reitoria da Universidade (RU), a Escola Politécnica (Poli), o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), a Faculdade de Medicina (FM), a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP), o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), o Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) e a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).

Da USP Online