Começa programa para compensação ambiental do Rodoanel

Objetivo é capacitar técnicos-profissionais, monitores e estagiários para plantio de cerca de três milhões de mudas

sex, 07/03/2008 - 15h53 | Do Portal do Governo

A Dersa, em parceria com o Instituto de Botânica, iniciou nesta sexta-feira, 07/03, no Jardim Botânico, o Programa de Reflorestamento com Colheita de Sementes e Produção de Mudas, no trecho Sul do Rodoanel.

O programa tem a finalidade de promover capacitação e treinamento de técnicos-profissionais, monitores e estagiários para subsidiar, por meio de orientações, os plantios compensatórios de aproximadamente três milhões de mudas.

Além do lançamento do Programa de Reflorestamento, 40 alunos receberam o certificado do curso de “Colheita de Sementes de Árvores Nativas”, ministrados durante a semana por técnicos do Instituto. Os alunos que participaram do curso foram escolhidos pelas prefeituras de Embu, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Mauá que estão diretamente envolvidas na construção do trecho Sul.

No segundo semestre novas turmas farão o curso de capacitação, dando continuidade ao treinamento até o final da obra, em março de 2010.

O evento, realizado no Jardim botânico, contou com a presença do secretário de Estado dos Transportes, Mauro Arce do presidente da Dersa, Thomaz de Aquino Nogueira Neto da diretora geral do Instituto de Botânica, Vera Lúcia Ramos Bononi e do coordenador do projeto, Luiz Mauro Barbosa.

Viveiros de Espera

Os cinco lotes do trecho Sul do Rodoanel já contam com áreas reservadas para a preservação das mudas que são coletadas, chamadas de Viveiros de Espera. As prefeituras também disponibilizarão espaços para acondicionar as sementes colhidas e a produção de mudas resgatadas. Posteriormente, essas mudas serão replantadas nos novos parques que serão criados no Embu, Itapecerica, Jaceguava, Itaim, Varginha, Bororé e em São Bernardo do Campo, na revitalização do parque do Pedroso, na margem do reservatório Rio Grande e em áreas de preservação dos municípios.

Em outubro do ano passado, uma equipe de botânicos resgatou uma espécie de bromélia “Tillandsia linearis”, encontrada na frente de trabalho do lote 5 do trecho Sul, município de Embu, considerada extinta há 40 anos. Além da bromélia, outras duas espécies em extinção foram encontradas pelos pesquisadores: a palmeira “Lytocaryum hoehnei” e a orquídea “Catteya Loddigesii”.

O plantio compensatório de 1016 hectares de árvores nativas da região, corresponde a mais de cinco vezes a supressão de 212 ha necessários para a construção do trecho sul, cumprindo assim as exigências do EIA/RIMA.

A este acréscimo de replantio, para ligar formações florestais isoladas, somam-se mais de quatro mil hectares de áreas verdes recuperadas ou criadas. Estas áreas serão revitalizadas e protegidas e, posteriormente, entregues às autoridades cabíveis para manutenção e administração.

Características do trecho Sul

A nova rodovia de pista dupla contará com três e quatro faixas de tráfego por sentido. Cada faixa terá 3,60 metros de largura, faixa de segurança de um metro, acostamento de 3 metros e um canteiro central gramado de 11 metros de largura.

Na pista principal, a velocidade diretriz é de 100 quilômetros horários, rampa máxima de 4% e raio mínimo de 375 metros. Os acessos à rodovia estão previstos nas interseções com as rodovias Régis Bittencourt, Imigrantes, Anchieta e avenida Papa João XXIII.

Benefícios

O Trecho Sul facilitará o transporte e o escoamento de cargas entre o Brasil Central e o Porto de Santos e será importante elo econômico para a incorporação deste porto ao sistema de logística de transportes de todo o Estado e do Brasil.

Estudos apontam diversas melhorias para o movimento viário urbano paulistano. Entre outros benefícios, o Rodoanel Oeste e Sul concluído, vai reduzir em 43% o fluxo de caminhões das marginais do rio Pinheiros e 37% do fluxo de caminhões da avenida dos Bandeirantes.

O Trecho Sul vai interligar o Trecho Oeste – com 32 quilômetros entregues ao tráfego em outubro de 2002 – às rodovias dos Imigrantes, Anchieta e ao município de Mauá. Ao projeto foi adicionada uma ligação viária de 4,4 quilômetros até a avenida Papa João XXIII, em Mauá, que será duplicada para receber o tráfego proveniente do Rodoanel. Com a futura extensão da avenida Jacu-Pêssego, essa ligação vai facilitar a chegada à Zona Leste de São Paulo, às rodovias Ayrton Senna e Dutra, bem como ao Aeroporto Internacional de Cumbica.

Com um total de 61,4 quilômetros de extensão, o custo previsto para todo o empreendimento é de R$ 3,6 bilhões (dez/05), incluindo construção da rodovia, desapropriações, reassentamentos e compensações ambientais. A obra física está contratada por R$ 2,58 bilhões e executada pelos consórcios Andrade Gutierrez/Galvão, Norberto Odebrecht/Constran, Queiroz Galvão/CR Almeida, Camargo Corrêa/Serveng e OAS/Mendes Junior.

Da Dersa