Interessados em conhecer mais a respeito das técnicas de extração de óleos essenciais de plantas aromáticas participarão de um curso prático nesta quarta-feira (6), em Campinas, realizado pelo Instituto Agronômico (IAC). O órgão é ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento.
As atividades serão promovidas entre 8h30 e 17h. O objetivo do evento é divulgar as opções existentes nesse segmento para agricultores, artesãos e indústrias. Os participantes terão acesso a palestras e visitas a campos de manjericão, alecrim, lavandas e citronela, entre outras espécies. Também haverá observação de destiladores em funcionamento.
Vale destacar que os tópicos abordados englobam cultivo, destilação em equipamentos de porte industrial e artesanal, separação do óleo, embalagem e armazenamento, com explicações dos pesquisadores do IAC.
Destaques
De acordo com a programação, a pesquisadora do instituto Eliane Gomes Fabri destacará o cultivo de aromáticas, incluindo os sistemas de produção recomendados, o momento do plantio e da colheita, o tipo de corte e os equipamentos indicados para reduzir o custo de produção. Os pesquisadores do IAC Nilson Borlina Maia e Paulo César Reco também participarão da programação do Curso Prático de Extração de Óleos Essenciais.
Na avaliação de especialistas, o Brasil tem grande potencial para aumentar a produção de óleos essenciais, em razão do clima, solo e questões socioeconômicas. Nesse contexto, o IAC desenvolve pesquisa e transferência de tecnologias para oferecer apoio e novas alternativas aos representantes do setor.
Uma característica das lavouras nacionais é que as produções de maior porte são profissionalizadas, com encaminhamento do óleo para a indústria. “Eles vendem o óleo bruto ou fracionado, por exemplo, como ocorre com o de capim-limão usado pela indústria farmacêutica para promover a síntese de vitamina A”, explica Eliane Gomes Fabri, do IAC.
Aplicações
Já na agricultura familiar, a produção também segue para o consumo in natura, comercializado em feiras e varejões. Segundo Nilson Borlina Maia, dependendo da espécie, o óleo essencial pode ser acumulado em troncos, raízes e tubérculos. Porém, a maior parte das plantas aromáticas concentra as substâncias nas folhas.
“Os óleos essenciais são muito voláteis e têm grande capacidade de impressionar o epitélio olfativo, também com efeitos biocidas ou bioestáticos sobre fungos e bactérias, protegendo as plantas de ataques de herbívoros, pragas e doenças”, enfatiza o pesquisador. Tais características tornam os óleos essenciais muito utilizados nas indústrias farmacêutica, cosmética, alimentícia e química, além da atividade oxidante.
O Instituto Agronômico possui uma coleção de óleos essenciais, com aproximadamente 500 amostras de várias espécies. O acervo é mantido desde a década de 40, o que possibilita estudos que envolvem desde o cultivo até as análises olfativas, sendo algumas desenvolvidas em parceria com empresas do setor. Atualmente, o instituto promove análises de adaptabilidade ao clima e solo em diversas áreas do território paulista e de outras regiões brasileiras, por meio de parceria com a iniciativa privada.