Capital tem espaços preservados para admiradores da arte em cemitério

SP tem locais conservados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado

qui, 01/11/2018 - 20h22 | Do Portal do Governo

O feriado do Dia de Finados é um período que registra movimentação intensa em cemitérios da capital paulista. Os espaços também se caracterizam pelas esculturas nos mausoléus e demais sepulturas, também conhecidas como arte tumular.

Por isso, o Governo Paulista estabelece ações para a conservação dos locais, por meio do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), órgão vinculado à Secretaria da Cultura e que completou 50 anos no último mês.

Pelo menos três espaços do tipo chamam a atenção dos visitantes quanto às belezas da arte tumular e são protegidos pelo Condephaat. Uma das atrações conhecidas é o Cemitério da Consolação, na região central de São Paulo, a primeira necrópole instalada na capital. Tombado pelo órgão através da Resolução 28, de 2005, o local possui importância singular em relação à história dos cemitérios da cidade.

Diversas personalidades estão sepultadas no espaço, que conta com obras de artistas nacionais e estrangeiros, como Victor Brecheret, Galileo Emendabili, Bruno Giorgi, Materno Giribaldi, Nicola Rollo, Francisco Leopoldo e Silva.

Referências

Outro ícone de São Paulo, o Monumento-Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932 também se destaca no cenário da arte tumular. Isso ocorre porque, no subsolo, uma cripta em forma de cruz grega abriga uma capela e os restos mortais dos ex-combatentes do movimento. Popularmente conhecido como “Obelisco do Ibirapuera”, o espaço foi tombado pelo Condephaat por meio da Resolução 23, de 1981.

O terceiro ponto é a Catedral Metropolitana da Sé, uma referência simbólica da capital paulista, localizada no centro da cidade, e que possui uma cripta, inaugurada em 1919, com 30 câmaras mortuárias destinadas a guardar os sarcófagos dos bispos e arcebispos. A dependência subterrânea guarda os restos mortais do cacique Tibiriçá, o primeiro cidadão de Piratininga, e do padre Diogo Antônio Feijó, regente do Império. A Resolução SC-61, de 2017, oficializa o processo de tombamento do local pelo Conselho.

“No Brasil, há uma estranheza de se pensar no cemitério como um local de visitação turística. Temos muito mais uma ligação religiosa e de respeito aos antepassados. Porém, se formos ao cemitério com o olhar artístico, descobrimos uma riqueza estética e arquitetônica enorme”, enfatiza o secretário de Estado de Cultura, Romildo Campello.

“O Condephaat cumpre um papel muito importante no Estado, ao reconhecer o nosso patrimônio material e imaterial. O órgão garante o reconhecimento dos espaços tombados”, ressalta o secretário, que também destaca a importância dos cemitérios do ponto de vista ambiental, pois, em São Paulo, depois dos parques, são as áreas mais arborizadas da cidade.

“Procuramos estruturar o futuro e estar sempre abertos para ouvir o que a comunidade demanda, ao preservarmos o patrimônio cultural do Estado,”, diz o presidente do Conselho, Carlos Augusto Faggin. De acordo com o gestor, o Condephaat busca soluções sem onerar o Estado, consciente da dinâmica de renovação das cidades, das paisagens culturais, dos costumes e das referências ligadas à população.