Cães farejadores de São Paulo ajudam nas buscas em Brumadinho

Além da participação dos bombeiros paulistas, o Estado também colabora com o envio de cães para os trabalhos de resgate

sáb, 20/04/2019 - 10h08 | Do Portal do Governo

Cães dos bombeiros ajudam em buscas após dois meses da tragédia em Brumadinho, em Minas Gerais. Os animais do único Canil do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, referência em localização de pessoas em desastres, ainda participam das operações.

“A ação humana e a tecnologia não vencem a sensibilidade dos cães”, destaca o tenente-coronel Marcelo César Carnevale, comandante do 1° Grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo, sediado no bairro Ipiranga. A unidade abriga o canil da instituição, onde os cães responsáveis por ajudar Brumadinho estão alocados.

Salvamento

Após uma solicitação de Minas Gerais, uma equipe com três bombeiros e dois cães – Hope e Cléo – do canil foi enviada novamente a Brumadinho e lá permanecerão até 25 de abril. Os cães mineiros estão cansados após tantos dias de buscas. Agora é a vez de outros estados darem uma mão, como fará São Paulo.

“A ajuda de São Paulo com o envio de cães é de extrema importância na busca de corpos em locais onde não conseguimos visualizar”, explicou o 1° tenente Lucas Silva Costa, comandante do Pelotão de Busca e Salvamento com Cães de Minas Gerais.

“Não é um esforço, já que o Corpo de Bombeiros trabalha em prol da vida, do meio ambiente e do patrimônio. Esses heróis [bombeiros e cães] se aperfeiçoam diuturnamente para bem atender a população em qualquer circunstância necessária”, ressaltou o 1° tenente Danilo César de Oliveira, comandante do canil do Corpo de Bombeiros de São Paulo, o único do Estado, subordinado à instituição, para busca e salvamento com referência em localização de pessoas em estruturas colapsadas. Ou seja, em desabamentos, desmoronamentos e desastres naturais.

“Todo o nosso canil é formado por cadelas porque elas possuem mais células responsáveis por sentir odores do que os machos, o que aumenta a precisão em campo”, explica o sargento Ricardo Oliveira dos Santos. O bombeiro esteve em Brumadinho com a pequena Moly, de um ano e quatro meses, a cadela do qual é responsável e treinador.

“Lá, equipes territoriais faziam as buscas e quando suspeitavam de algum local específico chamavam o nosso grupo para que os nossos cães vasculhassem e apontassem a presença de pessoas”, contou o sargento. “É impossível descrever a emoção de poder ajudar e ver o olhar e os bilhetes de agradecimento dos mineiros”, completou.

Atuação

Atualmente, a equipe do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais conta com 15 cães, sendo que apenas seis estão aptos à procura de cadáveres. Eles estão atuando desde quando ocorreu a tragédia, em 25 de janeiro, e por estarem muito cansados não conseguem voltar aos trabalhos.

“A equipe de São Paulo foi uma das mais operativas em Brumadinho. Com certeza foi e continuará sendo um trabalho e parceria de sucesso, com resultado efetivo”, avaliou o tenente-coronel Eduardo Ângelo Gomes da Silva, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Respostas a Desastres (Bemad) do estado de Minas Gerais.

Além de São Paulo, auxiliam Brumadinho com o envio de cães, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro.