#SP463: Luz e Julio Prestes, dois símbolos da cidade de São Paulo

As duas imponentes estações de ferro foram construídas nos tempos áureos da economia paulista do café

dom, 22/01/2017 - 8h36 | Do Portal do Governo

O destino e a tradição daquelas que foram as duas maiores Estações ferroviárias do Estado, a Estação da Luz e a Estação Júlio Prestes parece como que entrelaçado. As duas surgiram no momento de euforia do desempenho da economia do Estado de São Paulo no início do Século XX, impulsionado pelo desenvolvimento da cultura do café.

A Estação da Luz chegou a importar da Inglaterra o material para a construção de sua estrutura, inspirada na Abadia de Westminter, e seu relógio no estilo do famoso Big Bem, era a referência de horas na cidade. Em seus tempos áureos, a Luz recebeu personalidades como artistas, intelectuais, reis e chefes de Estado.

A Estação Júlio Prestes, cujo nome é uma homenagem ao presidente da Província do Estado de São Paulo e presidente do Brasil, Julio de Albuquerque Prestes, não foi menos humilde em suas aspirações. Seus arquitetos foram buscar inspiração no modelo nova- iorquino da Gran Central Station e da Pennsylvania Station.

A Estação Júlio Prestes nasceu como a antiga Estrada de Ferro Sorocabana, em 1925, e levou 13 anos para ser construída. Seu tempo de apogeu foi menor do que a Estação da Luz, pois quatro anos depois de criada viria a crise da quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, com a queda acentuada dos preços do café. A Estação da Luz servia a ferrovia São Paulo Railway. As duas linhas de trem trabalharam no transporte do “ouro marrom”, representado pelo grão de café.

A Ferrovia Sorocabana transportava os grãos diretamente dos campos de café no Sudoeste e Oeste paulista e a São Paulo Railway escoava a produção para a exportação via Porto de Santos. Ambas foram importantes vias de transporte de cargas e passageiros e as estações serviram de entrada para milhares de imigrantes que ajudaram a desenvolver São Paulo.

Metrô e CPTM
Com o declínio do transporte ferroviário e sua substituição por outras formas de transporte, as estações foram recuperadas anos mais tarde para novas funções. A Estação da Luz foi ampliada mantendo as suas características originais de imóvel tombado pelo patrimônio histórico e é atualmente  a segunda mais movimentada da cidade de São Paulo, depois da Estação Brás ao fazer a integração do transporte ferroviário- metroviário das linhas 1-Azul e 4-Amarela do Metro e Linha 7 e Linha 11-da CPTM.

A Estação Júlio Prestes, cujo imóvel também é patrimônio histórico da cidade, serve a CPTM no transporte de passageiros pela Linha 8-Diamante com destino final ao  município de Itapevi.

Polos culturais
Em outra coincidência de seus destinos, as duas abrigam duas das mais importantes atrações culturais de São Paulo. O Governo do Estado levou para a Estação da Luz o Museu da Língua Portuguesa, construído em  parceria com uma fundação de recursos privado, utiliza de tecnologia interativa para valorização de nosso idioma. Em processo de reconstrução, o museu, assim como parte da estação, foram consumidos por um incêndio e devem ser em breve recuperados.

A Estação Júlio Prestes, além de abrigar a Secretaria de Cultura do Estado, é sede da Sala São Paulo, que abriga a Orquestra Sinfônica do Estado (Osesp). A Sala São Paulo é a casa de espetáculos mais importante da América Latina, do mais alto nível.  Com acústica de qualidade indiscutível,  é palco de excelentes atrações musicais.

A Estação da Luz e a Estação Júlio Prestes nasceram em momentos próximos, com a imponência e o status das grandes obras, que emergiram da época de ouro do desenvolvimento da então nascente metrópole de São Paulo e continuam sendo grandes exemplos da beleza da cidade de São Paulo.

Turismo
Da Estação da Luz  é possível fazer belos passeios de trem a destinos turísticos, aos finais de semana, com percursos de 48 km. Há três opções de passeios: Trem Expresso Jundiaí, utiliza uma locomotiva dos anos 1950, e percorre os municípios do  Circuito das Frutas  e a Serra do Japi; Trem Expresso Mogi das Cruzes, passeio pelos municípios do Alto Tietê; e Trem Expresso Paranapiacaba, cujos destaques são as estações Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, tombadas recentemente pelo patrimônio histórico.

Consulte aqui a programação do Expresso Turístico CPTM.