Estado de São Paulo tem queda dos casos de dengue

Número de casos da doença caiu consideravelmente no Estado; cenário epidemiológico é baseado na confirmação dos casos suspeitos

sex, 10/08/2018 - 18h33 | Do Portal do Governo

Os casos de dengue têm caído ano a ano em São Paulo, como resultado da mobilização de agentes estaduais e municipais no combate ao Aedes aegypti, por meio de mutirões, além da colaboração da sociedade civil na eliminação de potenciais criadouros.

Em 2018, cerca de 40% dos casos notificados foram descartados, e outros ainda estão em investigação – até a primeira quinzena de fevereiro, foram confirmados 1.358 casos. O maior número de casos de dengue foi registrado em 2015, com 678.031. Desde então, os números foram diminuindo e registraram queda de 99% em dois anos.

“Contamos com todos para dar continuidade ao enfrentamento às Arboviroses e, assim, aumentar a proteção à população. Essa redução expressiva é resultado da intensificação das ações de combates ao Aedes aegypti promovidas pelo governo do Estado e, sobretudo, da colaboração do poder público e da sociedade civil. Não podemos dar trégua ao mosquito”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Marco Antonio Zago.

Nos últimos dois anos, foram feitas 61,6 milhões de visitas às residências para identificação de focos do Aedes aegypti. A mobilização de agentes estaduais e municipais no combate ao mosquito, por meio de mutirões, além da colaboração da sociedade civil na eliminação de potenciais criadouros, contribuíram para que o número de casos de caísse. Embora o trabalho de campo para combate ao mosquito seja, primordialmente, de competência dos municípios, a pasta auxilia permanentemente em ações.

A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) enviou ofício aos municípios com índices de alerta e risco orientando que as ações de combate ao vetor sejam intensificadas. O órgão presta apoio técnico aos municípios da região tanto para ações de campo como nas estratégias, com base no monitoramento.

Sucen

A Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo é responsável pelo controle das questões sanitárias que atingem de forma endêmica a população, como o controle de dengue e de febre amarela, malária, doença de chagas, leishmaniose e esquistossomose.

Os agentes da Sucen auxiliam os municípios nas ações de nebulização para matar o mosquito em fase adulta e eliminação dos criadouros de dengue nas residências. “A utilização de produtos químicos não é suficiente para o controle do mosquito. Para evitar a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya, é fundamental eliminar focos e criadouros”, explica o especialista Dalton Pereira da Fonseca Jr., superintendente da Sucen.

Durante o verão, é preciso redobrar os cuidados com o mosquito. Por ser um período quente e com frequentes pancadas de chuva, a velocidade de reprodução do mosquito é ampliada. Além da dengue, existe o temor pela zika e chikungunya. O orquidófilo Domingos Astrini tem um criadouro de orquídeas e toma muito cuidado para evitar que o mosquito se prolifere. “Procuro mantê-las num ambiente médio de umidade e hidratação, deixo as plantas em cima de telas, não utilizo pratinhos para não acumular água e tornar o ambiente um criadouro do mosquito”, explica.

Porém, o mosquito da dengue tem evolução rápida e pode sobreviver à todas as estações do ano. Uma pesquisa do Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédicas do mundo, constatou que o Aedes Aegypti possui patrimônio genético muito grande e variável mesmo no inverno, época de baixa incidência do inseto.

Por meio de armadilhas, foram coletados os ovos, pupas e larvas do animal em seis áreas distintas. O estudo utilizou o total de 150 fêmeas para o seu desenvolvimento e avaliou as variações genética e morfológica do mosquito, além de ter levado em consideração as questões demográficas de dispersão e evolutivas destes insetos em áreas urbanas.

“Percebemos que o patrimônio genético do mosquito é bem rico e dinâmico, ou seja, a espécie tem grande potencial para sofrer alterações. Isso sugere que eles são muito versáteis em explorar novos ambientes e, possivelmente, contornar as nossas tentativas de eliminá-los”, destaca Lincoln Suesdek, pesquisador do Laboratório de Parasitologia do Instituto Butantan e coordenador da pesquisa.