Sob ameaça, vilarejo da Ilha do Cardoso recebe ajuda da Dersa

A comunidade da Enseada da Baleia precisava do transporte de madeira para reconstruir moradias ameaçadas pelo avanço da maré

seg, 19/06/2017 - 10h48 | Do Portal do Governo

Os moradores da Enseada da Baleia, na Ilha do Cardoso, litoral sul do Estado, receberam uma doação de 23 toneladas de madeira para reconstrução das casas das comunidade, ameaçadas pelo avanço do mar sobre a faixa de areia.

Como o acesso à comunidade só pode ser feito por intermédio de barco, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), empresa vinculada à Secretaria de Logística e Transportes do Governo do Estado, responsável pelo serviço de travessias litorâneas, cedeu uma balsa para o transporte das madeiras.

Sem a operação, montada pela Dersa a pedido da Associação dos Moradores da Enseada, não seria possível o transporte da madeira, doada pelo Ibama, em ação ambiental movida pelo Ministério Público do Estado, na Ilha de Santo Amaro, no Guarujá.

O atual local de moradia, ocupado por 9 famílias e 27 moradores, está ameaçado pelo avanço da maré e pelo risco de rompimento de uma faixa de areia que divide o Canal de Arapiraca e o mar aberto. O vilarejo, constituído por pescadores há 170 anos, corre risco devido à erosão de terras, processo iniciado a partir da década de 1940 e intensificado nos últimos anos.

Uma embarcação que opera na Travessia Cananéia/Continente faz o transporte das madeiras. Já foram efetuadas duas viagens no dias 25/5 e 3/6 e uma terceira viagem, programada para os próximos dias, vai completar a operação.

O avanço da erosão
O acesso à comunidade caiçara da Enseada da Baleira só é possível por meio de barco. A renda das famílias provém da pesca artesanal, do turismo e da comercialização de bolsas artesanais e de roupas sustentáveis, produzidas por sobras de redes de pesca descartadas no mar.

O processo de erosão do território vem se acentuando nos últimos anos. Até março de 2015, a média de erosão era de 1,5 metro por ano. Entre 2015 e 2016, o processo foi acelerado e a faixa de areia que separa o canal do mar aberto foi reduzido de 22 para 12 metros.

Com a forte ressaca que aconteceu nos dias 29 e 30 de outubro de 2016, a faixa de areia praticamente sumiu e se reduziu para apenas 2 metros. A entrega da madeira vai possibilitar a construção de novas habitações em lugar seguro.