Produção de cachaça incrementa renda de canavicultores paulistas

Treinamento auxilia pequenos produtores de cana-de-açúcar a aumentarem sua arrecadação; São Paulo produz 45% da fabricação nacional

sex, 02/03/2018 - 15h06 | Do Portal do Governo

Quem já percorreu as estradas do interior paulista sabe que as paisagens são marcadas por grandes áreas de plantações de cana-de-açúcar. Por isso, não é surpresa que o Estado concentre, hoje, a maior quantidade de canaviais do país e seja referência mundial no setor sucroalcooleiro. Além do etanol e do açúcar, porém, a cana se destaca por ser a matéria-prima da produção de cachaça.

Atualmente, o Brasil produz cerca de 800 milhões de litros por ano da bebida. Só o Estado de São Paulo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Cachaça (IBRAC), corresponde a 45% do volume total. Assim, este produto genuinamente brasileiro tem uma importante participação na economia do país e, sobretudo, dos produtores paulistas de cana-de-açúcar.

As diversas práticas realizadas nas lavouras interferem fundamentalmente na produção final da bebida. Pensando nisso, a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Jaú da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, promoveu no final de fevereiro o IV Treinamento Prático sobre Produção de Cachaça.

O encontro teve palestras relacionadas a boas práticas de fabricação, cultivares, extração do caldo, fermentação, destilação e aspectos sensoriais da bebida. “Reconhece-se uma cachaça de boa qualidade quando ela apresenta cor, sabor, aroma e textura, ou viscosidade, característicos do processo de fermentação ou da harmonização dos produtos agregados ao processo de envelhecimento”, ensina Gabriela Aferri, chefe da UPD de Jaú da APTA.

O objetivo da instituição, que também promoveu um treinamento para produção de açúcar mascavo, melado e rapadura, foi apresentar aos pequenos canavicultores alternativas de processamento da cana-de-açúcar, podendo assim agregar valor à sua produção. “Grandes produtores têm acesso mais fácil à informação. Nós queremos levar esse conhecimento para quem não tem tanto acesso”, afirma Gabriela.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim, esses cursos permitem a diversificação de renda nas propriedades paulistas. “Isso é muito importante para melhorar a qualidade de vida do pequeno agricultor. Uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin é justamente termos foco no pequeno produtor e agricultor familiar em nossos trabalhos de pesquisa e transferência de tecnologia”, completa Jardim.