Parque Ilha Anchieta é opção de destino turístico em SP

Com 17 quilômetros de costa e praias de águas cristalinas, local reúne história, educação ambiental e recebe visitas frequentes de baleias

dom, 03/09/2017 - 9h34 | Do Portal do Governo

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Em 1904, a ilha recebeu uma colônia correcional, que depois virou presídio político e acabou sendo desativado

Quem aprecia natureza, história e conhecimento sobre educação ambiental tem no Parque Estadual Ilha Anchieta (PEIA), no município de Ubatuba, litoral norte de São Paulo, uma excelente opção de destino turístico.

Com 828 hectares, 17 quilômetros de costões rochosos e sete praias de águas cristalinas que contrastam com o verde da Mata Atlântica, o PEIA protege a segunda maior ilha do litoral paulista e possui uma paisagem única.

Criado em 1977, o parque oferece atividades como caminhadas, mergulho e contemplação de paisagens belíssimas, além de um patrimônio histórico que inclui um presídio desativado. Além de preservar e conservar os ecossistemas naturais, o PEIA também amplia o desenvolvimento de pesquisas e a realização de atividades de educação ambiental.

Habitada por tribos indígenas até o inicio do século 19, a ilha era conhecida como Terra de Cunhambebe, nome do chefe da Confederação dos Tamoios. Os colonizadores a batizaram como Ilha dos Porcos e, em 1904, recebeu uma colônia correcional, que depois virou presídio político.

Em 1955, após intensas rebeliões carcerárias, o presídio foi desativado. O nome da ilha foi mudado para Ilha Anchieta em 1934, como parte das homenagens ao quarto centenário do nascimento do Padre José de Anchieta.

Baleias são visitantes frequentes

No último dia 19 de agosto, duas baleias Francas-austrais (Eubalaena australis), uma fêmea e seu filhote, foram avistadas no entorno do Parque, dentro do território da Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte (APAMLN). Segundo os técnicos da Unidade de Conservação, tem sido comum avistar baleias dessa espécie no percurso até o parque.

Também conhecidas como baleias francas ou baleias certas, a espécie é facilmente identificada por não possuir nadadeira dorsal, além das calosidades na cabeça – espessamentos da epiderme cobertos por colônias de ciamídeos.

Também chamados piolhos-de-baleia, são transferidos da mãe para seu filhote a partir do nascimento ou durante a cópula, formando um padrão único para cada animal, como uma “impressão digital”.

De acordo com o pesquisador Diogo Destro Barcellos, que atualmente realiza a pesquisa intitulada “Baleias e golfinhos no entorno da Ilha Anchieta”, já foram registradas na ilha diversas espécies, como a baleia jubarte (Megaptera novaeangliae), baleia de bryde (Balaenoptera brydei), orca (Orcinus orca) e baleia franca-austral (Eubalaena australis).

Guilherme Fluckiger, oceanógrafo do Programa de Monitoramento de Praias, revela que o último registro da espécie baleia-franca-austral se deu em 2012. Esta espécie possui hábitos costeiros e circula em profundidades inferiores a 20 metros. Se não forem incomodadas, as baleias costumam permanecer com seus filhotes por longos períodos no mesmo local – relatos apontam que uma fêmea e seu filhote já permaneceram por cerca de um mês na baía de Paraty-RJ.

A Lei Federal 7.643/87 e a Portaria IBAMA 117/96 estabeleceram a proibição da pesca e os limites de aproximação para avistamento de cetáceos, respectivamente, em águas brasileiras. Para observação, deve ser mantida uma distância mínima de 100 metros de um cetáceo.