Maior escavadeira subterrânea já usada no País chega no mês que vem da Alemanha
DANIEL GONZALES, daniel.gonzales@grupoestado.com.br
Com a aproximação da chegada da maior escavadeira subterrânea já utilizada em uma obra de engenharia no País – o megatatuzão, comprado novo na Alemanha pelo Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da Linha 4 – Amarela do Metrô (Luz -Vila Sônia) – as empreiteiras do consórcio aceleraram a construção do canteiro de apoio para operação da máquina. O megatatuzão chega em partes a partir de julho, ao Porto de Santos.
Para que a máquina possa perfurar com rapidez e precisão o solo paulistano, será necessária a escavação de um platô, que servirá de apoio para o equipamento, para a entrada de materiais e para a retirada do solo esmigalhado e misturado a uma lama especial, injetada pelo máquina durante o processo de escavação. Os trabalhos começaram nesta semana na área da futura Estação Faria Lima, no Largo da Batata, em Pinheiros (Zona Oeste). Ali já foi iniciado o processo de impermeabilização da laje de cobertura da estação, empregando uma manta especial de PVC importada da Suíça, também usada pela primeira vez no País. O material é resistente ao fogo e a micróbios. A laje, que tem 3,8 mil m2, será enterrada depois de terminado o revestimento.
No canteiro de apoio do megatatuzão, posicionado abaixo dessa laje, ficarão instalados os depósitos que guardarão os anéis de concreto que serão encaixados para revestir o túnel. O diâmetro final do túnel será de 8,9 metros. Esse espaço permite o assentamento de duas vias de trilhos paralelas. Nas obras das linhas mais antigas, o Metrô tinha de emendar dois túneis paralelos, um para cada trilho.
Na futura Estação Faria Lima será instalado um guindaste com caçamba para entrada e saída de material, ao lado de um poço de serviço, já aberto, com o tamanho de um grande retângulo de 15,5 metros por 23 metros. Só dessa região, o Metrô estima que vai retirar um total de terra capaz de encher 11 mil caminhões. É pelo poço que entrarão as peças do tatuzão, que será remontado já no subsolo paulistano, a 30 metros de profundidade.
O megatatuzão se encontra em fase final de testes na fábrica da Herrenknecht AG, em Schwanau, na Alemanha. Ele foi projetado e construído, durante dois anos, para abrir 6,2 km de túneis da Linha Amarela, que terá extensão total de 12,8 km. Tem capacidade para escavar até 30 metros por dia, embora o Metrô estime um rendimento de 17 metros diários, considerado bom pelos engenheiros.
A máquina tem um sistema computadorizado de controle e orientação, que corrige desvios na escavação, mesmo que milimétricos, e pode ter a operação assistida diretamente da fábrica, na Europa.
