Folha de S.Paulo
Com uma política classificada pelo próprio governador como “de remendo” para resolver a “má administração” das Santas Casas, José Serra (PSDB) anunciou ontem uma parceria entre a Secretaria da Saúde e o banco Nossa Caixa para emprestar cerca de R$ 100 milhões sem juros aos hospitais beneficentes -que vivem uma crise administrativa, com dívidas de até R$ 500 milhões com bancos e fornecedores.
“É uma política para consertar, de remendo, mas o remendo também tem enorme importância pra outras situações no futuro”, disse Serra, para quem o programa permitirá “troca de dívidas”.
Cada um dos 400 hospitais beneficentes do Estado terá direito a R$ 5 milhões, condicionados à “melhora administrativa”. Segundo Serra, a secretaria só liberará os recursos para os hospitais que atenderem aos critérios de uma consultoria, ainda a ser contratada. “Há muita Santa Casa mal administrada.”
A diferença entre os empréstimos e os juros não cobrados pelo banco -cerca de R$ 70 milhões em três anos -será paga pelo Tesouro.
Para José Reinaldo Oliveira Junior, presidente da Fehosp (Federação dos Hospitais e Casas Beneficentes de São Paulo), o programa vai trazer alívio, mas não vai resolver a dívida. “Não tem mágica. Sem resolver o problema fulcral, que é o valor da remuneração, você só dá um fôlego, não adianta.”
