Jornal da Tarde
Para incentivar a leitura, mostrando que ela é uma atividade prazerosa e útil para a vida toda, a professora Renata Barboza da Silva, que dá aula de Português para classes de 5ª a 8ª séries na Escola Estadual Professor Sebastião de Souza Bueno, na Vila Medeiros, Zona Norte, desenvolveu, em parceria com as colegas Lúzia Marliete Frota e Suely Lins Alencar, um projeto para revitalizar a sala de leitura da escola.
O local teve peças danificadas por um grupo de alunos no ano passado e, durante uma gincana da escola, as professoras propuseram a atividade de recuperação. Resultado: a sala ‘Os sentidos da leitura’ – que dá prioridade ao conforto e à tranqüilidade para ler explorando sentidos humanos como olfato, visão, tato e audição – passou a ser um local disputado pelos alunos. Estela de Godói Rodrigues, aluna da 5ª série, é uma delas. ‘A sala de leitura é mais tranqüila que a sala de aula e eu consigo ficar mais atenta ao livro’, afirma. ‘Agora eu gosto muito mais de ler e me sinto muito mais esperta, pois sempre aprendo palavras novas.’
‘Os alunos sempre querem ir para a sala porque sabem que é um espaço agradável, onde podem deitar em almofadas, escolher o livro, revista ou gibi que preferirem, enquanto uma música suave e um aroma agradável possibilitam um ambiente aconchegante. Temos estantes com publicações para eles escolherem, mas, muita vezes, eles sugerem os temas que gostariam de ler’, afirma. Os estudantes passaram a ter maior aproveitamento escolar com a melhora da concentração durante as aulas de interpretação de texto e entendem como é importante conservar um espaço que é de todos. ‘Ao criar o gosto pela leitura pelo menos dentro da escola, nos sentimos vitoriosas’, afirma Renata.
‘Iniciativas que mostram que a leitura é diversão e prazer são positivas e motivam os estudantes’, acredita Lúcia Fulgêncio, mestre em Lingüística pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). ‘Para um trabalho com melhor resultado, os professores devem também antecipar o assunto que será lido ou trazer textos com assuntos de interesse dos estudantes e com linguagem parecida à oral, como os gibis, pois quando conhecem melhor o assunto os alunos tendem a se interessar pela leitura e a interpretá-la de forma adequada’, orienta.
‘Conforme a habilidade de leitura vai se desenvolvendo, os professores podem passar a trabalhar com textos mais complexos e ricos em informação. Esse trabalho consiste em uma base para a vida inteira, uma vez que fora da escola eles vão lidar com textos informativos em muitos momentos’, explica.
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