Proteção do patrimônio

Jornal da Tarde - Domingo, dia 4 de junho de 2006

dom, 04/06/2006 - 11h05 | Do Portal do Governo

A restauração do casarão onde funciona a Escola Estadual Rodrigues Alves, na Avenida Paulista, tem características – tanto técnicas como a parceria com a iniciativa privada – que a tornam um exemplo do que se pode e se deve fazer para a preservação do patrimônio histórico da Cidade.

A execução do projeto se estendeu por 3 anos e contou com a ajuda de R$ 4 milhões do Banco Real. Numa primeira fase, iniciada em junho de 2004, foram recuperadas as fachadas, as grades, a cobertura e o paisagismo externo. Na fase seguinte, iniciada em setembro de 2005, foi feita a recuperação da parte interna – instalações elétricas e hidráulicas, pisos e esquadrias de madeira, pintura e proteção contra cupins.

Todo esse trabalho foi precedido por pesquisa destinada a identificar os elementos originais do projeto – feito pelo escritório de Ramos de Azevedo -, de forma a manter a autenticidade do prédio, construído em 1919 e tombado em 1985 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Assim, a tinta utilizada foi importada da Itália, porque era a que mais se aproximava da original.

O projeto de restauração incluiu também a criação de um programa de Educação Patrimonial, com aulas de História e cursos de formação profissional para professores, alunos, pais e funcionários que, além de informações práticas, chamaram a atenção para a importância da preservação da memória da Cidade. Outra iniciativa inovadora foi a seleção de 20 estudantes, treinados para exercer a atividade de restauro tanto na reforma da escola como posteriormente no mercado de trabalho. E, na etapa final das obras, estabeleceu-se um sistema de rodízio de turmas que tornou possível não prejudicar o funcionamento da escola, que em suas 21 salas de aulas atende estudantes de ensino fundamental, médio e supletivo.

O apuro técnico da reforma da Escola Estadual Rodrigues Alves – que é um dos símbolos da Avenida Paulista – e a sua realização em parceria com a iniciativa privada são um modelo a ser seguido. Se o Estado e a Prefeitura fizerem a sua parte, certamente poderão contar com a ajuda de grupos privados para projetos semelhantes de recuperação ou proteção do patrimônio histórico de São Paulo.