A nova diretoria do Procon tem outras duas ações: cuidar dos superendivida dos e lutar contra a pirataria
MAÍRA TEIXEIRA, maira.teixeira@grupoestado.com.br
Atendimento 24 horas no Procon da Capital. Essa é uma das primeiras iniciativas que a nova diretora-executiva da Fundação Procon-SP, Marli Aparecida Sampaio, quer colocar em prática. Empossada no dia 14, ela disse que pretende que o novo atendimento esteja funcionando em até 40 dias. As outras duas ações serão a criação do Núcleo de Tratamento do Superendivida mento e a atuação em parceria com a Câmara Técnica de Pirataria.
“Agora é hora de ter ousadia com responsabilidade. Sei que o prazo é curto, mas vamos nos espelhar em serviços de atendimento de sucesso como o 190 da Polícia Militar e o 156 da Prefeitura da Capital”, ressaltou a nova diretora.
Ainda estão sendo estudados onde funcionará o atendimento e quantos funcionários farão esse serviço tão importante. O modelo ainda está em análise, mas a forma de atendimento será como os call centers, adiantou Marli .
“Sabemos que será um atendimento o mais direto possível. Algo bem prático que faça com que o consumidor acabe com suas dúvidas e possa resolver, de maneira rápida, os problemas de consumo nessa hora diferenciada (noite), em que o consumo tanto ocorre.”
Superendividamento
Outro projeto que tem prioridade nos planos de Marli é o Núcleo de Tratamento do Superendividamento (dívidas impossíveis de se pagar). “Vamos fazer uma pesquisa para descobrir os fatores que levam ao endividamento sem limites. Com esse levantamento vamos chamar as empresas envolvidas e propor uma ação para a quitação.”
De acordo com a diretora, o projeto tem como alvo os consumidores ‘enforcados’. “Faremos palestras e seminários regulares no órgão para dar informações de como o superendividamento costuma ocorrer e como tentar quitar essas dívidas. Vamos às causas do problema. Buscaremos parceria com as grandes redes, financeiras, bancos. Porque são eles que concedem os créditos na maioria das vezes”, ressalta.
Pirataria
A terceira prioridade da nova diretora é a atuação em parceira com a Câmara Técnica de Pirataria, que já vem sendo desenvolvida pela Casa Civil Estadual. “Vamos fazer um trabalho de conscientização com os consumidores. É preciso que as pessoas entendam que têm de mudar o hábito de comprar coisas ilegais.” Ela destacou que a compra de um produto contrabandeado ou sem nota fiscal alimenta um mercado nocivo ao Brasil.
“Essa conscientização não é feita do dia para a noite. É um trabalho de longo prazo. Vamos contribuir com nossa experiência de 30 anos do Procon-SP.”
Estavam presentes na posse autoridades ligadas à defesa do consumidor e à Justiça. O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, Ricardo Morishita, viu como muito natural a nomeação de Marli. “Ela atua na área há décadas. Tenho certeza de que vai dar continuidade ao que vinha sendo feito de maneira prática e engajada. A escolha foi um ganho.”
