Polícia vai cadastrar flanelinhas da Baixada

Jornal da Tarde

ter, 19/01/2010 - 8h27 | Do Portal do Governo

Guardadores deverão fornecer nome, endereço e antecedentes; objetivo é prevenir crimes

A Polícia Civil vai cadastrar em breve os guardadores de carro de Santos, Guarujá, Bertioga, São Vicente, Praia Grande e Cubatão. Adotada pela Delegacia Seccional de Santos, a portaria DSPS-2 foi publicada sábado no Diário Oficial do Estado para disciplinar a investigação e prevenção de crimes como extorsão e ameaça atribuídos a parte dos flanelinhas.

“Isso não é a solução, mas é uma maneira de minimizar o problema”, entende o delegado Seccional de Santos, Rony da Silva Oliveira, que entre 2003 e 2006 aplicou a iniciativa à área do Distrito Policial onde atuava. “Quando eu era titular do 3º DP de Santos nós fizemos isso e diminuímos muito os problemas que tínhamos com os guardadores que ficam próximos à Igreja do Embaré”, conta.

Os trabalhadores terão de fornecer nome, endereço, antecedentes criminais, além de fotografias. O artigo 2º da portaria propõe que eles sejam conduzidos por policiais aos distritos da área que atuam, sendo dispensados após fornecerem os dados. “Mas eles poderão ir até às delegacias voluntariamente também”, explica.

O delegado acredita que a iniciativa vai incentivar a população a procurar a polícia quando for extorquida. “Agora eles poderão identificar pelas fotos e nós poderemos achar a pessoa para depor”, diz Oliveira, completando que os cadastros deverão ser atualizados a cada 60 dias.

De acordo com a portaria, “o simples fato de se pedir autorização para vigiar veículo estacionado não caracteriza infração penal. É ato ilegal, definido como crime de extorsão pelo artigo 158 do Código Penal Brasileiro, quando o flanelinha exige – mediante grave ameaça, violência ou constrangimento – pagamento ou qualquer ou outro tipo de vantagem para vigiarem veículos estacionados em vias pública.

Claudio Alves, de 23 anos, aprovou a iniciativa. Ele guarda carros na Av. Washington Luiz, próximo a praia do Boqueirão. “Vão ser bom. As pessoas vão se sentir mais seguras”, disse.