Pesquisadores da USP isolam vírus transmissor da hantavirose

EPTV Campinas

qua, 08/07/2009 - 8h28 | Do Portal do Governo

Novidade representa avanço para a descoberta de vacina

Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto conseguiram pela primeira vez no Brasil isolar o vírus transmissor da hantavirose, doença causada pelo contato humano com a urina e as fezes de ratos. A experiência permitiu que após 11 anos de estudos, a equipe coordenada pelo professor Luiz Tadeu Moraes Figueiredo desenvolvesse um método para diagnosticar os casos da doença em até 24 horas.

De acordo com o professor Figueiredo, as novidades representam um grande passo para a descoberta de uma vacina. Os avanços da equipe da USP só foram possíveis depois que um laboratório de segurança máxima, de nível três, foi inaugurado no centro de pesquisas da universidade.

No Brasil, os estudos eram feitos com a manipulação do hantavírus de outros países. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 1993 e 2007, 988 pessoas foram infectadas no país e 381 morreram. Os casos de hantavirose se multiplicam nas regiões devastadas do cerrado, como Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro, Goiás e Distrito Federal. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, em 2007, a região de Ribeirão registrou seis casos da doença, com três mortes. No ano passado foram dois casos, com a morte de um trabalhador rural em Morro Agudo.

Os sintomas da hantavirose são parecidos com os da dengue. A pessoa infectada apresenta dores de cabeça e pelo corpo, febre alta e tosse seca. Em dois dias, o doente apresenta dificuldades para respirar e em 36 horas pode morrer devido o líquido acumulado no pulmão. A doença atinge, principalmente, os moradores de áreas rurais, porque ao mexer em ambientes fechados, como, por exemplo, os locais onde são armazenados os alimentos, detritos deixados pelos ratos podem ser aspirados.