Peça de Bruckner abre mês da Osesp

Folha de São Paulo - Quinta-feira, dia 1º de junho de 2006

qui, 01/06/2006 - 11h07 | Do Portal do Governo

“Sinfonia nº 8”, de uma hora e meia, inicia programação de junho, que será encerrada por Nelson Freire

JOÃO BATISTA NATALI

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os grandes sinfonistas de tradição germânica, Anton Bruckner (1824-1896) foi talvez o de reconhecimento mais tardio. Ele escreveu 11 sinfonias -duas de juventude, posteriormente renegadas. Sua “Sinfonia nº 8”, em dó menor, é uma peça gigantesca, com uma hora e meia de duração. Pois é por ela que a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado) inicia sua programação de junho. Será um belo mês, com o pianista Nelson Freire como solista de um concerto de Prokofiev, e estréias de peças sacras do polonês Krzysztof Penderecki e do brasileiro Almeida Prado.

A sinfonia de Bruckner será a única obra do programa de hoje, amanhã e sábado, com a regência do suíço Roman Brogli-Sacher, ex-diretor da ópera de Lubeck e especialista no repertório germânico. Na semana que vem, o regente será o ucraniano Kirill Karabits, 30, diretor associado da Filarmônica da Rádio França e principal maestro convidado em Estrasburgo e da Ópera de Kiev.

No programa, peças sinfônicas de Mendelssohn e Brahms e o “Concerto para Violino”, op. 8, do polonês Mieczyslaw Karlowicz (1876-1909), que passou a ser programado e gravado só nas duas últimas décadas. Ele foi aluno de Arthur Nikisch, o maior maestro da Belle Époque. O solista será o polonês Kuba Jakowics, de apenas 25 anos.

Nos dias 15, 16 e 17, programa dedicado a Beethoven, com regência do finlandês Osmo Vänskä, diretor da Orquestra de Minnesota (EUA). E o solista, no “Concerto nº 3 para Piano e Orquestra”, op. 37, será outro finlandês, Antti Siirala, 30. Na semana seguinte, a partir do dia 22, um programa regido por John Nesching, diretor da Osesp e que, além do “Divertimento nº 7” (K. 167), de Mozart, terá como peça de resistência um oratório contemporâneo magnífico, “Os Sete Portões de Jerusalém”, do polonês Krzysztof Penderecki.

A obra, também conhecida como “Sinfonia nº 7”, foi estreada em 1997 para festejar os 3.000 anos da hoje capital de Israel. É uma peça para orquestra, coral e soprano (Izabella Klowinska), meio-soprano (Jadwiga Rappé), tenor (Adam Zdunikowski) e baixo (Piotr Nowacki), além de um narrador (Tadeu Aguiar). Baseia-se sobretudo no livro dos Salmos. A sexta parte, com trechos do livro de Ezequiel, pode ser interpretada no idioma do país de execução. Penderecki esteve em São Paulo como regente convidado da Osesp em junho de 2004. Dirigiu seu “Réquiem Polonês”. Foi um dos grandes momentos na história da música erudita em São Paulo.

No último programa do mês, regido por Neschling, quem estará de volta será o pianista Nelson Freire. Ele fará o “Concerto nº 2”, de Prokofiev, que a Osesp interpretou pela última vez em outubro de 1999, com o pianista Nikolai Demidenko. No mesmo programa, “O Burguês Fidalgo”, poema sinfônico de Richard Strauss, e uma estréia mundial: “Salmo 23”, do brasileiro Almeida Prado.

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO

Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 3337-5414)

Quando: qui. e sex., às 21h; sáb., às 16h30

Quanto: de R$ 25 a R$ 79