Novo sistema de freio vai acelerar viagens do metrô

O Estado de S. Paulo

ter, 19/01/2010 - 8h20 | Do Portal do Governo

Investimento em frenagem permitirá que trens das Linhas 1 e 3 não tenham de reduzir velocidade em até 30% nos dias de chuva na capital

O Metrô de São Paulo está investindo em um novo sistema de freios que vai possibilitar que os trens mantenham a velocidade habitual em dias de chuva. Atualmente, os vagões das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha, com trechos ao ar livre, precisam diminuir o ritmo em 30% quando chove para manter os padrões de segurança. O novo sistema já estará instalado nos 17 trens para as duas linhas que começam a chegar ao Brasil neste mês. Além disso, foi assinado um contrato de R$ 90 milhões para adaptar o sistema de frenagem dos trens antigos.

O novo sistema de freios funciona de forma parecida com o ABS dos automóveis, comparam os técnicos. “Ele é diferente dos modelos antigos porque não tenta parar de uma vez a roda, o que poderia fazer com que os vagões deslizassem e não parassem no ponto certo. Por isso, os trens reduzem a velocidade em dias de chuva ou em condições adversas”, afirma o gerente de Manutenção do Metrô, Walter Castro.

O sistema moderno trabalha aplicando várias sessões de frenagem para evitar que os vagões deslizem. Após a primeira tentativa, os freios em frações de segundo se soltam novamente e voltam a aplicar uma nova sessão e assim sucessivamente, até que os trens parem no tempo e local desejados. Atualmente, a velocidade média em dias secos da Linha-1 é de 33 km/h e a da Linha-3 é de 42 km/h.

Nos dias chuvosos, a umidade deixa os trilhos escorregadios e, para se adequar aos padrões de segurança, a velocidade é reduzida. Passa para uma média de 23 km/h na Linha-3 e para 29,4 km/h na Linha-1. Atualmente, uma viagem em dias secos entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Corinthians-Itaquera é feita em aproximadamente 37 minutos, nos horários de pico.

O primeiro dos novos trens que chegará a São Paulo este mês será destinado para a Linha-3, a que tem o maior percurso a céu aberto. Como será a unidade inaugural de uma série, ele passará por uma bateria completa de testes durante a madrugada para entrar em operação somente em abril.

Inicialmente, os usuários não vão sentir a diferença na velocidade nos dias de chuva, pois o Metrô atua em um esquema de “carrossel”, no qual todos seguem na mesma velocidade. “A mudança será sentida somente quando todos os trens tiveram o sistema novo”, diz Castro.

No total, serão dez novos trens para a Linha-3 e sete para a Linha-1. O contrato de R$ 90 milhões prevê a instalação do novo sistema de frenagem nos 51 trens da Linha-1 e nos 47 da Linha-3 (em todos os seis vagões de cada unidade).

Além disso, o Metrô começou a realizar em novembro os ajustes do novo sistema de sinalização nos trens, o CBTU – que também é instalado nas unidades de controle operacional. O sistema de sinalização cria um espaço virtual entre os trens, impedindo que um invada essa área e atinja a unidade à frente. O novo modelo vai permitir uma aproximação maior entre os trens e, dessa forma, diminuir o intervalo.