Nova avenida vai cortar Favela de Paraisópolis

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 23 de maio de 2007

qua, 23/05/2007 - 12h13 | Do Portal do Governo

Jornal da Tarde

Moradores devem ganhar casa da CDHU

Uma nova avenida, que vai contribuir para desafogar em 40% o tráfego diário de 200 mil veículos que passam pela superlotada e caótica Avenida Giovanni Gronchi, na região do Morumbi (Zona Sul), dá esperança aos motoristas e moradores das regiões mais nobres das proximidades – e temor aos moradores da Favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo, que tem cerca de 80 mil habitantes. Eles aguardam posição do Ministério Público sobre os valores das desapropriações e o destino das famílias que ainda ocupam ou moravam em cerca de 600 imóveis da região.

A obra, que será feita em parceria entre o governo do Estado e a Prefeitura, será a primeira grande via a cortar parte da favela. O projeto está pronto e a licitação deve ser lançada nos próximos dias.

A construção da via será feita em quatro trechos – o primeiro junto da Rua Itapaiuna, que será alargada. Dois outros passarão por dentro de Paraisópolis e o último completará a ligação até a Praça Roberto Gomes Pedrosa. Poucas desapropriações serão feitas fora da favela, pois vias existentes serão alargadas. Na quarta etapa da nova avenida, a atual Avenida Senador Otávio Mangabeira será interligada ao trajeto.

O subprefeito de Campo Limpo, Heitor Sertão, informa que a previsão é começar a obra em agosto, se não houver questionamentos judiciais na licitação. O projeto foi doado à Prefeitura pelos moradores do Panamby, área de condomínios próxima da região.

Segundo Rosa Richter, moradora do Panamby e que participou da elaboração do projeto, a proposta da avenida tem mais de 20 anos e carrega uma ‘extrema importância’ para a região. ‘Depois de muitas discussões, agora há um interesse real da Prefeitura e do Estado para que a via saia do papel.’

Moradores receberam R$ 5 mil

Segundo lideranças comunitárias de Paraisópolis, parte das 600 famílias que devem ter os imóveis desapropriados já deixou suas casas desde o fim do ano passado. No processo, a Prefeitura, segundo os líderes da comunidade, ofereceu R$ 5 mil aos moradores a título de apoio habitacional, além de uma verba mensal do programa de locação social, que é depositada para que as famílias aluguem outros imóveis.

‘O problema é que mesmo assim tem muita gente passando necessidade e há pessoas que deixaram casas que valiam R$ 20 mil, R$ 30 mil e não receberam pelo imóvel’, diz Helena Santos, da União de Moradores de Paraisópolis.

A Secretaria Municipal de Habitação não retornou o pedido de esclarecimentos sobre o assunto, mas informou que o programa de urbanização da Favela de Paraisópolis é um dos principais pontos de trabalho da pasta.

As obras de urbanização da favela estão em execução há dois anos e são orçadas em R$ 17 milhões. Entre as melhorias previstas, serão abertas e pavimentadas ruas e vielas, que também ganharão calçadas e obras de drenagem, além da instalação de redes de água e esgoto.