Nossa Caixa avalia compra de carteiras

Valor Econômico - Terça-feira, 7 de outubro de 2008

ter, 07/10/2008 - 11h29 | Do Portal do Governo

Valor Econômico

Nos próximos dias a Nossa Caixa deverá estar fechando suas primeiras operações de compra de carteira de crédito. O presidente do banco estadual paulista, Milton Luiz de Melo Santos, afirmou que estuda esse tipo de operação desde meados do ano e que a concretização de algum negócio não é resultado do estímulo que o Banco Central (BC) acaba de dar para essa operação, com a liberação de até 40% do compulsório sobre depósitos a prazo recolhido pela instituição compradora.

 

O presidente da Nossa Caixa elogiou a medida do BC mas disse que o banco não pretende utilizar o benefício porque está desestimulando as captações com depósitos a prazo por causa da elevação dos juros. “A taxa do CDB descolou. Até mesmo os grandes bancos pagam hoje juros elevados”, disse Melo Santos.

Segundo algumas fontes, os negócios com CDB ficaram virtualmente paralisados, ontem, por causa do estresse do mercado financeiro. O dinheiro continua concentrado nas grandes instituições financeiras, embora a atuações do BC enxugando o mercado tenha diminuído de intensidade depois da nova mudança no compulsório. Ontem, o BC tomou R$ 61,586 bilhões em operações de um dia, segundo levantamento feito pela Andima para o Valor. Na semana passada, o volume absorvido na quinta-feira chegou a R$ 70,9 bilhões.

 

 

A Nossa Caixa pode dispensar a liberação do compulsório porque conta funding bem mais barato: R$ 9 bilhões em poupança e R$ 16 bilhões em depósitos judiciários. Ambos são remunerados pela taxa referencial (TR) mais 6% ao ano.

Consultado a respeito do mesmo assunto, o Bradesco respondeu por meio de uma nota dizendo que “é tradicional participante do mercado de aquisição de crédito e sempre que houver disponibilidade estará presente, analisando todas as possibilidades, nunca deixando de ter interesse”.

A Nossa Caixa vem estudando alternativas para expandir a carteira de crédito, que cresceu 29,1% nos doze meses terminados em junho, atingindo R$ 10,6 bilhões. Um dos principais alvos de interesse é ampliar o crédito consignado.

Para ampliar os negócios, fez neste ano um acordo de compra de operações originadas pelo Banco BMG – cerca de R$ 100 milhões em operações são adquiridas mensalmente – e com seis promotores de venda para desenvolver o consignado. Além disso, estuda a compra de carteiras de seis instituições financeiras de bancos pequenos e médios. “Estamos analisando taxas, distribuição, critérios e inadimplência. O estágio é bem avançado e os primeiros negócios serão concretizados ainda este mês”, disse Melo Santos.