Metrô prevê 6 novas garagens

Jornal da Tarde

sex, 15/01/2010 - 8h24 | Do Portal do Governo

O estacionamento da Estação Guaianases, da CPTM, deverá ser entregue até março

Seis estacionamentos interligados com estações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) serão implantados neste ano. A primeira garagem, na Estação Guaianases, será entregue até março. Aproximadamente 1.400 vagas deverão ser criadas no total. Em dezembro foram inaugurados dois equipamentos, com 200 vagas cada, nas estações Marechal Deodoro e Bresser, da Linha 3-Vermelha.

A expectativa do Metrô é que os motoristas deixem os veículos em estações periféricas e acessem a região central por meio do transporte coletivo sobre trilhos – “aliviando” o trânsito na cidade. Canteiros de obras da Linha 4-Amarela também podem ser transformados em estacionamentos, praças ou parques (leia mais ao lado). O período de 12 horas custa R$ 11,20 e mais R$ 1 é cobrado para cada hora adicional. O pagamento dá direito a 2 viagens de metrô, trem ou ônibus, enquanto o veículo estiver estacionado.

Além de Guaianases, a estação de trem Dom Bosco, da Linha 11- Coral, e os terminais do Metrô Brás e Belém, da Linha 3-Vermelha, e Tamanduateí e Santos-Imigrantes, da Linha 2-Verde, receberão as garagens. Ainda não há definição do cronograma de obras, da necessidade de desapropriações para as construções e da localização exata dos equipamentos.

Atualmente, os motoristas encontram o serviço nas estações Santos-Imigrantes, Corinthians-Itaquera, Marechal Deodoro e Bresser. Juntas elas operam com 774 vagas. “Os estacionamentos seguem o conceito de integração do Metrô e da CPTM, que será concretizado com a Linha 4-Amarela. A ideia principal das garagens é atrair o público que possui carro e aliviar o viário da cidade”, diz Sérgio Brasil, diretor de assuntos corporativos do Metrô.

Especialistas ouvidos pela reportagem do JT afirmam que a iniciativa é boa, mas seu sucesso dependerá do serviço oferecido pelo Metrô e CPTM aos motoristas . “É benéfico (a construção de garagens), mas é preciso avaliar o conforto e o custo que o transporte coletivo irá oferecer ao usuário. Ele não trocará seu veículo se o serviço não for adequado”, explica José Thadeu Braz, membro da Divisão de Infraestrutura, do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Segundo Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa, “o Metrô e a CPTM ganharão caráter de malha viária”. “Não serão apenas trechos, sem nenhuma ligação ou atratividade ao motorista de carro. A construção dos estacionamentos é uma alternativa para integrar formas de locomoção distintas (trem/metrô e carro).”

Existem duas possibilidades na maneira como as garagens serão administradas: ou pelo próprio Metrô/CPTM, ou por concessionárias. As licitações, que definirão a modalidade serão anunciadas no decorrer do ano.

Também não estão definidas o número de vagas que serão criadas. “Estamos avançando com o processo licitatório. Não conseguimos fechar um número exato de vagas que serão criadas”, diz Brasil. Já os valores dos estacionamentos seguirão os praticados nas outras estações.

Obra dará lugar a estacionamento

Além das seis garagens interligadas anunciadas para as linhas 2-Verde, 3-Vermelha e 11-Coral, da CPTM, o Metrô também estuda a construção de estacionamentos, parques e praças nos canteiros de obras da Linha 4-Amarela (Luz- Vila Sônia). “Já estudamos os pontos de implantação, mas não os temos definidos, como as garagens”, diz Sérgio Brasil, diretor de assuntos corporativos do Metrô. “As áreas dos atuais canteiros de obras, utilizados para construir a linha e estações, também poderão ser revertidas em estacionamentos para os usuários.”

“Remodelar o entorno das estações e incentivar parcerias público-privadas, como nos modelos de garagem interligadas já existentes, é essencial para a construção de estruturas e desenvolvimento urbano e da malha viária”, afirma Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa e consultor de tráfego.

De acordo com Brasil, os projetos para a futura linha dependem de estudos da concessionária ViaQuatro – responsável pelo trecho. “A coisa é ainda bem preliminar. Buscamos nos projetos o máximo de integração com o meio urbano, as ruas, os demais sistemas de transporte e usuários. Algumas regiões carecem de aparelhagem urbana, como praças e parques. Podemos contornar esse problema com esses projetos.”

Os modelos previstos para ocupação dos canteiros de obras são semelhantes ao projeto do Parque Zilda Natel, em Perdizes, na zona oeste da cidade. A área de 2,3 mil metros quadrados foi um canteiro de obras utilizado na construção da Estação Sumaré, da Linha 2 -Verde, transformado em área de lazer para os moradores. “Valorizando duplamente a região e sua infraestrutura. Primeiro com a construção do metrô e segundo, pelo parque”, ressalta Brasil.

Faria Lima e Paulista abrirão em dois meses

Nos próximos dois meses, o Metrô pretende inaugurar as primeiras duas estações da nova Linha 4-Amarela: Paulista e Faria Lima. Ambas estão em fase final de acabamento – com a instalação de catracas, bilheterias, equipamentos e luzes – e de limpeza dos espaços pelos funcionários.

A primeira fase de inaugurações ainda prevê o início das operações, no segundo semestre deste ano, dos terminais Butantã, República, Pinheiros e Luz (todos da Linha 4).

Até o final de 2012, segunda fase das obras, é prevista a inauguração de mais cinco estações: Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, Fradique Coutinho, São Paulo- Morumbi e Vila Sônia.

Duas estações ficarão “semiprontas”, de acordo com o Metrô, também neste ano, mas não entrarão em operação: Fradique Coutinho e Oscar Freire. As plataformas de embarque e desembarque e os acessos aos equipamentos serão finalizados. Porém, os vagões passarão direto pelas plataformas desativadas e os usuários não poderão visualizá-las, pois as luzes permanecerão desligadas.

O Pátio Vila Sônia também começará a funcionar em março, mas os usuários não terão acesso. A princípio, o local será utilizado para manutenção, limpeza, estacionamento e manobra das composições. Segundo informações do Metrô, a estação deverá ser construída até o final de 2012.