Índice de candidíase é alto em mulheres

Jornal da Tarde

qua, 07/04/2010 - 8h35 | Do Portal do Governo

Cerca de 60% das pacientes atendidas no Hospital Pérola Byington têm a doença

Mais da metade das mulheres que buscam atendimento no Pronto-Socorro do Hospital Pérola Byington, referência em saúde da mulher, queixam-se de sintomas de candidíase. O universo representa 60% das 2 mil pacientes recebidas mensalmente na unidade. O diagnóstico é confirmado em quase 80% dos casos. A doença provocada por fungos causa irritação, coceira aguda e corrimento esbranquiçado. Se não tratada, pode causar feridas e facilitar o surgimento de doenças secundárias, como infecção de urina.

O índice considerado alto (seis em casa dez mulheres atendidas no hospital apresentam sintomas da doença), para a ginecologista do pronto-socorro Priscila Giacon, pode não refletir a realidade e ser ainda maior porque as pacientes só procuram a unidade quando os sintomas estão severos. “A irritação é tão intensa que elas não conseguem trabalhar, fazer suas atividades porque coça o tempo inteiro. Se isso não acontece, ela, em geral, procura o posto de saúde”, diz Priscila.

A candidíase não é contagiosa e não é transmitida durante a relação sexual, segundo a especialista. Em 90% dos casos a doença é provocada pelo fungo candida albicans, presente na flora vaginal. “Nem todas as mulheres têm o fungo na flora e ele também pode se manifestar. Ou, às vezes, existe o fungo e a doença não se desenvolve”, diz Priscila.

O que faz o fungo se proliferar ou não é o ambiente propício. Isso porque ele gosta de locais úmidos e quentes. Mas, ele também pode se desenvolver em outras situações, como quando há alteração do pH vaginal, na gestação, uso prolongado de antibióticos ou doenças crônicas, que baixam a imunidade do organismo favorecendo a incidência da doença.

O local que mais costuma ser atingido pela doença é a vagina. Nada impede, no entanto, que outras áreas sejam comprometidas, como a região inguinal, perianal e oral.

Os sintomas (além da coceira, do corrimento esbranquiçado e da irritação) podem surgir na forma de ardência ao urinar, por causa das feridas provocadas pela coceira, e de dor durante a relação sexual, originada por conta da inflamação.

Segundo a ginecologista, a candidíase pode acarretar no desenvolvimento de infecção de urina. “Devido a ardência ao urinar, a mulher segura o xixi e isso pode desenvolver a doença.”

A médica diz ainda que ter candidíase quatro ou mais vezes ao ano pode indicar que há uma doença crônica por trás. “A baixa imunidade do organismo faz com que a paciente tenha infecções recorrentes e não consegue tratá-las”, explica, ressaltando que ter a doença uma vez não implica necessariamente na investigação de outras enfermidades.

Priscila diz ainda que o tratamento para a candidíase é simples e rápido. Após realização de exame que confirma ou não a doença, é aplicado comprimido oral ou creme vaginal.