Igreja das Chagas, do século 18, passará por restauro

O Estado de S. Paulo

qui, 25/02/2010 - 7h17 | Do Portal do Governo

Obras serão iniciadas, sem previsão de entrega

Cercada por importantes prédios históricos, a Igreja das Chagas do Seraphico Pai São Francisco agonizava no centro de São Paulo. O templo, conhecido como Igreja das Chagas e localizado no Largo de São Francisco, está fechado há 3 anos. O prédio do século 18 estava infestado de cupins e seu telhado ameaçava ruir, quando as obras emergenciais para conter a degradação da estrutura foram iniciadas, em 2008. O perigo passou e, enfim, chegou a hora de fazer o restauro do templo.

As obras de restauração foram anunciadas ontem pelo secretário estadual da Cultura, João Sayad, e pelo cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer. Os trabalhos serão feitos em duas fases e não há previsão para a conclusão. No período em que a Concrejato, empresa responsável pelo restauro, estiver trabalhando, a igreja deverá permanecer fechada.

Segundo Walter Luiz Fragoni, arquiteto responsável pelas obras, a primeira fase dos trabalhos será feita no telhado. Serão necessários pelo menos dez meses. Em seguida, a empresa fará um trabalho de prospecção, para verificar quais foram as intervenções realizadas principalmente nas paredes. “Queremos ver o que tem de mais antigo e nos aproximar disso.”

Também na primeira fase serão limpos e catalogados objetos históricos, como os restos mortais do brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar, fundador da Polícia Militar, e o crânio de uma índia que foi encontrado no terreno, durante a construção da igreja, em 1788.

“Além da satisfação de ver as obras da igreja terminada, teremos também a satisfação de descobertas enquanto o restauro é feito”, disse Sayad. O acervo de documentos e livros da igreja também será recuperado. “O restauro é delicado”, afirmou o secretário.

A segunda fase, mais demorada, prevê a recuperação das pinturas nas paredes da igreja, a construção de banheiros e a instalação de um elevador e de rampas para melhorar a acessibilidade.

Para d. Odilo, a reforma da igreja dará a oportunidade aos jovens de descobrir mais sobre a história da cidade de São Paulo. “É muito importante que haja referências à história da cidade para as próximas gerações.”