HC terá mais 3 centros especializados

Jornal da Tarde - Terça-feira, 1 de março de 2005

ter, 01/03/2005 - 9h11 | Do Portal do Governo

Até 2006, funcionarão no prédio da Dr. Arnaldo um centro para mulheres e núcleos de oncologia e transplantes

Adriana Dias Lopes

O Hospital das Clínicas (HC) vai ganhar mais três centros de saúde: um voltado para o atendimento da mulher e os núcleos de oncologia e transplantes. A notícia foi divulgada ontem, durante o 1º Encontro de Gestores de Saúde de São Paulo, evento que reuniu representantes de saúde do Estado.

A ampliação será concluída no segundo semestre de 2006, quando o antigo Instituto da Mulher, agora Instituto Dr. Arnaldo, ficará pronto. ‘Além de manter um centro só para atendimento à mulher, vamos inaugurar no prédio Dr. Arnaldo o Instituto de Transplantes e o de Oncologia. Todos serão administrados pelo Hospital das Clínicas’, diz Luiz Roberto Barradas Barata, secretário estadual da Saúde.

Hoje, o Hospital das Clínicas abriga seis institutos (ou centros): Instituto do Coração (Incor), da Criança, Central, de Radiologia, de Psiquiatria e de Ortopedia. No total, o hospital tem 2.200 leitos.

Já os três novos centros do Instituto Dr. Arnaldo vão contar com 726 leitos, distribuídos em 28 andares, que ocuparão uma área de 80 mil metros quadrados. ‘No Instituto de Transplantes, serão feitos todos os tipos de transplantes, menos os de coração, que continuarão no Incor’, avisa Barradas. O Instituto da Mulher é o que está mais adiantado. Ele terá 240 leitos. Terá, entre outras coisas, ambulatórios de ginecologia e equipamento de monitoramento de fetos.

Além dos três institutos, o prédio Dr. Arnaldo ainda vai ter setor de radiologia, tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética, medicina nuclear e equipamentos para radioterapia, pronto socorro e ambulatório, além de uma ala especial com 15 leitos para pacientes com HIV. E mais: contará com unidade neonatal equipada com 53 berços de casos de médio risco, 32 berços para atendimento semi-intensivo, 24 de alto risco e 8 de isolamento.

As obras do Instituto Dr. Arnaldo ficaram paradas durante 14 anos. A retomada foi em outubro de 2003. Até agora, o investimento da Secretaria de Estado da Saúde deve ficar em torno de R$ 200 milhões – R$ 120 milhões em obras e R$ 80 milhões em equipamentos.

Verba federal

O 1º Encontro de Gestores de Saúde de São Paulo, que ocorreu ontem, reuniu 580 secretários municipais de saúde. A justificativa inicial do secretário estadual da Saúde, Barradas Barata, para o encontro era dar boas-vindas aos novos secretários. No entanto, o que se viu nos discursos tanto do Barradas quanto do governador Geraldo Alckmin foi a seguinte reclamação: falta de verba federal para a saúde.

‘O Estado de São Paulo abriga a maior parte dos procedimentos de alta complexidade do País, como por exemplo, transplantes e longas cirurgias’, diz Alckmin. ‘Para darmos conta, precisamos de pelo menos R$ 14 milhões a mais por mês, o que significa 5% a mais do que já recebemos.’

Outra reivindicação apresentada aos secretários foi em relação à tabela de preços do Ministério da Saúde. ‘Um parto custa para o Estado cerca de R$ 700. Recebemos do governo federal R$ 300’, afirmou Barradas. ‘Precisamos de aumentos na tabela de 5% a 50%.’ A idéia, de acordo com o secretário, é que já neste mês uma comissão representando o Estado de São Paulo vá a Brasília pedir verba.

O secretário estadual também levantou a possibilidade de rever a lista de remédios do programa Dose Certa, do governo Estadual. ‘Hoje são 40 tipos de medicamentos. Tem município pedindo mais. Tem município pedindo dosagens diferentes de alguns remédios. Teremos mudanças em breve.’