Governo relança software que incentiva rede de carona em SP

Jornal Destak - Segunda-feira, 31 de março de 2008

seg, 31/03/2008 - 13h04 | Do Portal do Governo

Jornal Destak

Os constantes recordes de congestionamento fizeram a Secretaria Estadual do Meio Ambiente ressuscitar um projeto antigo: o Programa Transporte Solidário. Técnicos do órgão estão modernizando um software, que permite a articulação de redes de carona, para relançá-lo até junho.

“Esses congestionamentos provocam uma altíssima emissão de poluentes e trazem prejuízos para a saúde pública. E é congestionamento de bancos vazios”, diz a coordenadora de educação ambiental da secretaria, Maria de Lourdes Rocha Freire. O Transporte Solidário foi lançado em 1997, com a implantação do rodízio de veículos, e estava “esquecido” desde que a restrição diária para 20% da frota passou à responsabilidade do município, em 1998.

Utilizando o software do projeto, empresas, condomínios e escolas podem implantar programas de carona solidária. “Por meio do CEP e do itinerário, são definidas as compatibilidades. Tem muita gente que mora no mesmo condomínio e trabalha perto, e não sabe”, diz Maria de Lourdes. A versão antiga do software ainda pode ser baixada por meio do site www.ambiente.sp.gov.br/pts.

Rotas e caronas

Na empresa de engenharia Promon, o programa Rotas e Caronas foi implantado há um ano, com um software desenvolvido pela companhia. Em um mural eletrônico, na rede de computadores, funcionários colocam horários em que vão entrar ou sair do trabalho e lugar onde moram, oferecendo ou pedindo carona. Os interessados se acertam por telefone.

Para incentivar o uso do transporte coletivo, a Promon, que fica na Vila Olímpia, também implantou uma linha de ônibus até o metrô Ana Rosa. “Começou com uma van. Hoje, temos um ônibus”, diz o coordenador de sustentabilidade da empresa, Álvaro Pureza.l

Especialista diz que medida é ineficaz

O coordenador de mobilidade urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente, Eric Ferreira, diz que não acredita que um programa de carona solidária ajude a reduzir os congestionamentos paulistanos: “A política da prefeitura é construir via para carro. E depois ficam inventando essas coisas, que não vão resolver. É exigir muito altruísmo da sociedade no momento que ela é muito egoísta”.

Ele diz que é preciso que as empresas incentivem a carona solidária e cita outros países onde empresas compram vans para funcionários. “Um trabalhador fica responsável por pegar os outros e pode usufruir do veículo”.

Cidade recebe 523 mil carros ‘estrangeiros’ por dia

Prestes a sofrer um colapso, o trânsito de São Paulo recebe por dia 523 mil veículos por oito das dez rodovias que dão acesso à capital. O número equivale a 14,2% dos 3,5 milhões de veículos que circulam todos os dias na cidade.

O dado, divulgado ontem pelo jornal Agora, não inclui as rodovias Régis Bittencourt e Fernão Dias, que não têm pedágio, o que torna impossível saber o fluxo de veículos que passa por elas.

Também ficaram de fora da conta os carros que entram em São Paulo por vias que ligam a cidade a municípios vizinhos, como é o caso das avenidas situadas ao longo do rio Tamanduateí, a mais importante ligação entre a capital e a região do ABC.

As rodovias mais movimentadas em São Paulo são o sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e a via Dutra (veja quadro ao lado).

Caminhões

Essas estradas têm um perfil comum: são importantes rotas de caminhões. Enquanto o sistema Anchieta-Imigrantes dá acesso ao porto de Santos, a Dutra é usada para levar cargas do Rio para o Sul, a Argentina e o Chile.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga, 120 mil caminhões atravessam a cidade diariamente, o equivalente a 23% dos veículos “estrangeiros”.

O projeto não tem data para começar, mas parece ser viável: diferentemente do que ocorre no centro paulistano, Manhattan já é coberta por uma ampla rede metroviária.

Além do pedágio, Nova York imporá às corridas de táxi realizadas na ilha uma taxa adicional de quase R$ 1,80.

A prefeitura espera arrecadar R$ 900 milhões por ano com as medidas, o suficiente para construir 5 km de metrô na cidade.