Exemplo de sucesso

Jornal da Tarde - Quinta-feira, 23 de agosto de 2007

qui, 23/08/2007 - 16h32 | Do Portal do Governo

 Jornal da Tarde

Entre as ações do plano de metas para a educação pública do Estado anunciado pelo governo estadual no início desta semana, estão programas de apoio técnico a professores, redução da progressão automática e incentivo a professores. Essas metas são semelhantes a algumas ações do programa de intervenção na educação realizado em Nova York, Estados Unidos, em 2002, que obteve resultados positivos para as escolas públicas da cidade.

Um delas é a New York Harbor School, na região do Brooklyn, voltada ao ensino médio, que, aos poucos, vem diminuindo o histórico de violência, a queda no rendimento escolar e a baixa qualidade do ensino. Nathan Dudley, diretor da instituição há quatro anos, contou um pouco de sua experiência na palestra ‘Reforma do Ensino em Nova York’, realizada ontem no Instituto Fernand Braudel, em São Paulo.

‘Antes do programa, cerca de 50% dos alunos do ensino médio não conseguiam concluir os estudos. Em cinco anos, o nível de formados passou para 60%, um aumento muito grande em educação, um setor em que as mudanças não ocorrem de um dia para o outro’, disse ele.

Na opinião de Dudley, São Paulo pode obter resultados positivos com as metas anunciadas, mesmo vivendo uma realidade diferente da americana. ‘São Paulo tem muita possibilidade de mudar a educação, pois todos os envolvidos – pais, alunos e professores – concordam que o sistema atual não está funcionando como eles gostariam. Eles estão preparados para mudar, e a hora é agora’, destacou.

É preciso lembrar, frisa o diretor, que essa mudança, embora fundamental, não é tão fácil. ‘Mudar a cultura em educação é um processo que leva tempo porque depende de uma série de variáveis, ou seja, para que aluno atinja seu potencial máximo, é preciso fazer parcerias com a família e a área de saúde, uma vez que o estudante passa mais tempo fora da escola do que dentro dela.’

No que diz respeito aos incentivos a professores, ele assinala que não basta aumentar salários. ‘Em Nova York os professores trabalham integralmente em uma mesma escola, o que lhes dá mais tempo para se dedicar aos seus alunos e projetos. Já em São Paulo, muitos professores mudam de escola com freqüência e dão aulas em vários lugares para complementar a renda.’