MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br
As professoras de Educação Física Karime Zandoná e Rachel Burim não imaginaram que, ao se conhecerem na distribuição de aulas do Estado no início deste ano, coincidentemente escolheriam a mesma escola para dar aulas e, após alguns meses, seriam responsáveis por uma ação que tem mobilizado mais de 1,5 mil alunos: o projeto “A Copa do Mundo da Escola Estadual Profª Olinda Leite Sinisgalli”.
Se a vitória da Seleção Brasileira dependesse do empenho dessa comunidade escolar, o Brasil já poderia se considerar hexacampeão. Ao andar pelos corredores da escola, que conta com alunos de 5ª séries ao último ano do ensino médio, é possível se confundir com as formas e cores das bandeiras dos mais diversos países que participam desta edição do campeonato mundial.
No entanto, a beleza do projeto não se limita ao espaço físico da escola. “É incrível ver a empolgação dos alunos nas aulas, pois todos os professores têm trabalhado a Copa do Mundo em suas disciplinas”, diz Gioleine Aparecida B. P. Manoel, diretora da escola.
A coordenadora pedagógica Simone Marques conta que as tabelas com probabilidades de vitória têm sido trabalhadas nas aulas de Matemática. Já os professores de História e Geografia, segundo ela, enfrentam o desafio de elaborar conteúdo diferenciado para as 32 classes da escola, pois cada uma escolheu representar um país participante do campeonato. “É curioso ver os alunos trocando informações sobre Gana, país africano pouco conhecido pelos brasileiros”, comenta a coordenadora.
A professora Karime Zandoná ressalta que as aulas de Educação Física também têm sido bem diferentes. “Além do campeonato de futebol interclasses, demos um curso de arbitragem oficial, que foi um sucesso, e até temos um grupo de líderes de torcida bem ensaiado.”
Ao ver a integração dos professores da Escola Estadual Profª Olinda Leite Sinisgalli no projeto da Copa do Mundo, fica difícil acreditar que esta idéia foi de duas professoras recém-chegadas. “Foi muita coincidência ver a Karime em nossa primeira reunião. Logo ficamos à vontade para trabalharmos juntas”, diz Rachel Burim.
Entretanto, as professoras de Educação Física confessam que a idéia inicial do projeto era a realização de um trabalho interdisciplinar com o esporte e aulas de História com as 5ª séries. “Como logo recebemos uma resposta positiva de todos os professores, com diferentes idéias de trabalho em suas disciplinas, decidimos envolver toda a escola”, conta Rachel.
Festa
Todos os alunos, seus familiares e professores estão em contagem regressiva para a abertura da Copa do Mundo, mas não para a cerimônia da Alemanha, mas para a festa que acontecerá na própria escola. “Os alunos estão confeccionando bandeiras para a nossa festa de abertura, onde teremos o desfile oficial dos países e contaremos até com uma quadrilha especial”, diz a diretora Gioleine.
O projeto da Escola Estadual Profª Olinda Leite Sinisgalli não termina com o encerramento do mundial. “Em agosto, na Festa das Nações, as classes vão representar os países que escolheram para a Copa do Mundo”, afirma Gioleine.
