Enfim, um alívio para o trânsito

Jornal da Tarde

qui, 25/03/2010 - 6h32 | Do Portal do Governo

A conclusão até o fim deste mês de duas grandes obras viárias – o Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas e a reforma da Marginal do Tietê, que vai ganhar novas faixas nos dois sentidos – possibilitará um razoável alívio no caótico trânsito da capital, um dos mais graves problemas enfrentados pelos paulistanos.

Os 57 quilômetros do Trecho Sul, cuja construção custou R$ 5 bilhões, vão interligar as Rodovias Anchieta, Imigrantes e Régis Bittencourt, cortando sete municípios, e reduzir em 37% o tráfego de veículos pesados na Avenida dos Bandeirantes e em 43% na Marginal do Pinheiros. Calcula-se que ele vai retirar até 55 mil caminhões das principais vias da capital, que hoje as utilizam diariamente só como passagem para outros destinos.

Alguns poucos números bastam para dar uma ideia da importância dessa obra. O tempo para percorrer a Marginal do Pinheiros no horário de pico deve ser reduzido, segundo estimativa dos técnicos, em 25 minutos – de 1h35 para no máximo 1h10. O trajeto entre a região do ABC e Osasco, que hoje é feito em 1h 20, deverá durar 35 minutos. Da Rodovia dos Imigrantes até a Régis Bittencourt o tempo de viagem vai passar de 1h 30 para apenas 25 minutos. Grandes beneficiários da entrada em operação do Trecho Sul serão também os transportadores de carga de boa parte do País, que, ao serem obrigados a cruzar a região metropolitana, sempre com trânsito difícil, em direção ao Porto de Santos, perdem pelo menos quatro horas. E recorde-se que cerca de 50% das mercadorias movimentadas nesse porto atravessam hoje municípios da Grande São Paulo.

As novas pistas da Marginal do Tietê permitirão aumentar a velocidade média nessa via de 45,2 km/h para 59,1 km/h, quando a obra, na qual o governo do Estado investe R$ 1,9 bilhão, estiver totalmente pronta em julho, com a conclusão de quatro novas pontes e três viadutos. A nova Marginal e o Trecho Sul do Rodoanel devem, juntos, reduzir em até 12% os índices de congestionamento da cidade, o que é um ganho considerável, tendo em vista que este é um setor em que a situação só tem piorado nas últimas décadas.

Alguns pessimistas alegam que o ganho proporcionado por essas obras logo serão neutralizados pela contínua entrada em circulação de grande número de veículos, a exemplo do que aconteceu com a conclusão do Trecho Oeste em 2002. A alegação é inteiramente improcedente, porque salta aos olhos que sem obras viárias desse tipo e desse porte a situação estaria hoje muito pior, à beira do colapso. Elas, a começar pela conclusão do Rodoanel o quanto antes, são indispensáveis – juntamente com os importantes investimentos que também estão sendo feitos em transporte coletivo – para melhorar a circulação em toda a região metropolitana.